Produtor dinâmico, recente, com quintas históricas, produz vinhos consistentes e inovadores para memória futura, que apresentou em momentos únicos, diferentes mas complementares, sendo o resultado de um projeto convicto, bem gerido, baseado na história das vinhas, no seu terroir com know-how diversificado, complementar e bem integrado
Em duas regiões distintas mas com base na agricultura biológica, a Quinta da Covela na sub-região de Baião no DOC dos Vinhos Verdes e a Quinta Boavista na região demarcada do Douro perto do Pinhão, a empresa Lima Smith dos empresários Marcelo Lima, brasileiro e Tony Smith, inglês, produz vinhos de diferentes perfiz e marcantes.
Adquirida em 2011 pela Lima Smith, a Quinta da Covela com origem no século XVI, produz vinhos brancos equilibrados, que são minerais e frutados baseados nas castas arinto, chardonnay, viognier, gewürztraminer que reforçam o avesso nos brancos, enquanto cabernet sauvignon, cabernet franc e merlot noir, agora a complementar a touriga nacional gerando tintos de personalidade mais forte. Vinhos gastronómicos que acompanham momentos diferentes nos peixes e mariscos de confeção mais simples ou em pratos um pouco mais intensos como um arroz de lavagante.
A Quinta Boavista, adquirida em 2013 ex-libris da região e desde sempre associada ao nome do Barão de Forrester, já constava nos célebres mapas de Joseph James Forrester, “Mappa do Paiz Vinhateiro do Alto Douro”, de 1843, e “Douro Portuguez e Paiz Adjacente”, de 1848. Tem cerca de 80 hectares dos quais 40 são de vinha, sendo algumas quase centenárias. Aqui são produzidos vinhos de grande qualidade sob as marcas Quinta Boavista e Boa-Vista, onde predominam as castas touriga nacional, touriga franca, tinta roriz, tinta barroca e tinto cão. Todos os vinhos da Quinta da Boavista estagiaram em barricas novas de carvalho francês de diferentes tanoarias e com diferentes níveis de tosta
A apresentação dos primeiros vinhos da Quinta Boavista, foi realizada no Hotel The Yeatman, com uma prova inicial e inesquecível de quatro excelentes vinhos. Um marcante e invulgar Boa-Vista touriga nacional; um elegante e encorpado reserva, composto por vinhas velhas e novas; o Quinta Boavista Vinhas Velhas Vinha do Oratório, um poderoso vinho, guloso, com corpo e cheio de personalidade; e finalmente o Quinta Boavista Vinhas Velhas Vinha do Ujo, intenso, cheio de personalidade, muito cativante e excelente final de boca.
Após esta prova seguiu-se um magnífico jantar harmonização preparado pelo chef Ricardo Costa, que só poderia estar ao nível dos vinhos atrás mencionados, com criações visualmente apelativas, saborosas e bem enquadradas, sendo de destacar a primeira criação que teve por base uma placa de extração de rolhas. Um jantar inesquecível com a presença do Marcelo Lima, do Tony Smith, do enólogo e viticólogo, Rui Cunha e Gonçalo Lopes, assim como a especial presença do conhecido especialista e produtor francês Jean-Claude Berrouet e do filho Jeff, que têm vindo a intervir em momentos oportunos na produção dos vinhos da Quinta Boavista, particularmente no que diz respeito à incorporação da madeira e respetivos estágios, conjuntamente com Rui Cunha.
No dia seguinte realizou-se um almoço no mítico restaurante e marisqueira O Gaveto, em Matosinhos, onde uma série de saborosas entradas com base principalmente nos mariscos e peixe, com o respeito de sempre que as boas matérias primas aqui têm, harmonizaram com os vinhos Covela de 2015 aqui apresentados. Um momento bem diferente, divertido e menos formal, com uma integração perfeita entre toda a equipa do Lima Smith e a do restaurante o Gaveto.
Uma iniciativa com dois momentos, inesquecível, bem organizado, simples, onde não foram esquecidos os pormenores, que se realizaram em espaços diferentes, emblemáticos e de grande qualidade, para momentos distintos. Um bom exemplo do que deve ser a promoção dos nossos vinhos que demonstra grande profissionalismo e trabalho de casa feito, beneficiando simultaneamente a gastronomia e os espaços utilizados. Lima Smith está de parabéns pelo que está a produzir e pela forma como está a chegar ao mercado.
por Mário Rodrigues
PS- Apenas um pequeno Grande pormenor de serviço, que ajuda a perceber, entre muitos e diversos aspetos, o hotel, The Yeatman. Quando pedi a nossa famosa água das Pedras, esta foi colocada num copo diferente dos utilizados para água lisa. Como sou um consumidor de Pedras em todos os almoços, jantares e harmonizações regulares em que participo, esta Pequena nuance evita que eu tenha que estar atento nas reposições das águas, colocando a minha mão apressadamente em cima do copo, para evitar que misturem água lisa. Um exemplo a seguir por muitos outros espaços que de uma forma simples poderão elevar ainda mais os serviços que prestam.
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