O antigo convento do século XIII que guarda 800 anos recheados de história, foi recuperado como unidade hoteleira de charme, bem gerida e valorizando eficazmente o património secular da baixa de Lisboa, bem junto aos largos do Rossio e Praça da Figueira

Antigo Convento de S. Domingos, ao lado da igreja com o mesmo nome, foi mandado edificar por ordem de rei D. Sancho II em 1242. A história deste espaço é imensa e muito interessante, estando a ser feito um magnífico trabalho de preservação da história em paralelo com a gestão de uma unidade de luxo, que tem tudo para resultar num enorme valor acrescentado ao turismo de Lisboa.

Com um investimento de cerca de 30 milhões de euros, a restauração focou-se em manter a autenticidade do edifício, integrando detalhes decorativos de forma harmoniosa, resultando num conceito verdadeiramente único no setor hoteleiro.

As equipas jovens, multidisciplinares, bem geridas e motivadas, proporcionam estadias e refeições confortáveis e prazerosas. Mal entramos sentimos o peso da história e somos integrados pela simpatia e abrangência de quem nos recebe.

Os 121 quartos e 1 suite, embora não sejam muito grandes, dadas as limitações de um edifício histórico, são muito confortáveis. Casas de banho com amenities de qualidade, chuveiros walk-in – apenas meia dúzia de quartos têm banheira em versão mais moderna – boas toalhas e roupões. As camas, com excelentes colchões e conjuntos de grandes almofadas únicas, levam-nos a mergulhar com prazer num sono profundo e reconfortante. Os quartos têm ainda muita claridade com vista para o claustro. De notar o serviço eficaz de housekeeping.

Quanto ao restaurante, o Capítulo, localiza-se numa sala onde no tempo dos Dominicanos decorriam importantes reuniões para tomadas de decisão.  Este importante espaço tem a chancela de um conceituado e respeitado chef, Vitor Sobral. Aqui tudo tem uma razão de ser. São servidos os pequenos almoços e restantes refeições de almoços e jantares, uma experiência muito bem integrada em todo o conceito do local.

Começando pelo pequeno-almoço, fiquei pela primeira vez com a certeza de que a sustentabilidade pode melhorar, e de que maneira, a qualidade e eficácia do serviço, melhorando também a rentabilidade. Se a unidade tiver até cerca de 35% de ocupação, não existe buffet e os pedidos são todos personalizados a partir de um menu muito objetivo. A qualidade e frescura são evidentes. Com uma ocupação normal, existe buffet, exceto para os quentes: são pedidos por cada um dos clientes e finalizados na altura. Um bom exemplo são os magníficos ovos mexidos. A diversidade de pastelaria e padaria é boa e suficiente de opções. Têm ainda, por exemplo, um cappuccino bem feito e saboroso. Pequenos-almoços altamente recomendados!

Os almoços e jantares têm uma bonita e simples mise-en-place, com uma carta muito objetiva e apelativa, com opções de cozinha de autor bem marcantes na base na cozinha de conforto. É uma cozinha cheia de sabor, muito equilibrada e diversificada quanto baste. O vinho aqui tem destaque merecido, com uma garrafeira suficientemente desenvolvida e aconselhamentos de harmonizações bem tratados. Tem um bar muito profissional, com uma barwomen, para variar, que está a fazer um trabalho excelente e cuja aposta assenta também nos cocktails com vinhos portugueses. Este espaço tem música ao vivo com DJ que simultaneamente toca saxofone e contribuiu ainda mais para um magnífico ambiente.

De realçar ainda que todos os dias às 17h acontece o Ritual Memorável com a Infusões com História, uma experiência sensorial única a partir da natureza que os hóspedes têm a oportunidade de viver e sentir.

A unidade tem um Wellness Center, piscina interior, ginásio e sauna.

Rua Dom Antão de Almada, 4
Lisbon 1100-373
Telef: +351 218 295 200

Artigo de Mário Rodrigues
Edição de Ana Cristina Silva