A Brasileira abriu portas na cidade do Porto em 1903 e, recentemente, António Oliveira tomou a iniciativa de lhe dar uma nova vida.
Recuperou-se todo o edifício, agora sob gestão do grupo Pestana, responsável pelo Hotel e restaurante. Com a chef Marlene Neto, que também comanda a cozinha do conhecido Rib Beef & Wine na Ribeira, o local passou por uma reformulação digna de nota.
O edifício tem raízes que remontam aos anos 30, mais precisamente a 1938. Foi projetado pelo Arquiteto Januário Godinho e decorado com esculturas de Henrique Moreira, espelhos franceses de Max Igram e decorações de alabastros de Vimioso.
Mantendo todo o traçado e decoração, com uma mise en place simples, mas muito apelativa, e um ambiente clean, Marlene Neto criou uma carta de partilha, comedida e objetiva, mas cheia de sabor e na qual nos revemos na tradição culinária portuguesa.
A carta de vinhos apresenta uma seleção que inclui 1 branco e 1 tinto de 2016, ambos com o nome do proprietário, homem conhecido do futebol e hoje empresário: António Oliveira. São dois néctares verdadeiramente gastronómicos e a ter em consideração nas harmonizações aqui realizadas, ou mesmo para momentos de relax num bom serão.
Sabe bem encontrar um espaço histórico que renasce das cinzas para se tornar recanto de prazer e partilha enogastronómica,. A Brasileira é um enorme valor acrescentado para a baixa do Porto, com um ambiente simples, muito urbano e confortável.
A Brasileira abriu as suas portas na cidade do Porto a 4 de maio de 1903. Foi fundada por Adriano Telles, que outrora deixara Alvarenga aos 12 anos rumo ao Brasil, onde se dedicou ao negócio do café. Mais tarde, regressou a Portugal e deu-nos a conhecer esta distinta bebida através da inauguração da sua cafetaria, A Brasileira. Era um estabelecimento onde se vendia café a peso, proveniente de lotes especiais importados do Brasil. Todos os clientes tinham à sua disposição a leitura do jornal quinzenal gratuito “A Brazileira”, sendo também gratuita uma chávena de café para todos os que ali compravam um saco de café.
Com a abertura da cafetaria, surgiu também o famoso “Bolo 4 de Maio”, feito com frutos secos, cenoura e sem açúcar, cujo nome remete para a data de abertura da cafetaria.
Aqui, reuniam-se todo o tipo de fregueses e a “fina-flor” social, que se juntava para discutir variados temas da atualidade, protagonizando verdadeiras “tertúlias”.
A partir do final da década de 90, o espaço teve diferentes proprietários. Mais recentemente, o Dr. António Oliveira e a sua família assumirão a gestão deste emblemático edifício para o fazer renascer, não esquecendo o slogan de outrora: “O Melhor Café é o da Brasileira!”
Este é um lugar imperdível na baixa da Invicta, seja para um almoço rápido durante o dia de trabalho, um jantar tranquilo ou momentos serenos de partilha.
Artigo de Mário Rodrigues
Edição de Ana Cristina Silva
Informação histórica fornecida pelo grupo Pestana
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