A Quinta da Rede devolve-nos o primeiro Douro, o do Baixo Corgo, e resgata o Marão, a serra esquecida do Douro Vinhateiro Património da Humanidade, sendo a estreia do novo ciclo deste projeto de Mesão Frio feito de vinhos de parcela que contam com a assinatura de Paulo Nunes
“O Douro da minha infância era de Mesão Frio ao Porto. Nunca fazíamos o caminho para o lado de Espanha”, gosta de lembrar José Alves, produtor/vigneron, comerciante de vinhos no Douro e ainda ilhéu – não de mar, esclarece, mas dos montes que rodeiam o lugar de Ilha de onde é natural, na freguesia de Vila Marim, Mesão Frio.
É este Douro da sub-região do Baixo Corgo que o produtor da Quinta da Rede quer resgatar, com toda a qualidade.
“Esquecemos muitas vezes o Marão quando olhamos para o Douro. E esquecemos também o nome de Mesão Frio. Não é por acaso que tem este nome”, reforça Paulo Nunes, enólogo dos vinhos Quinta da Rede desde 2017.
Os novos vinhos desta quinta histórica refletem esse outro Douro, o do Baixo Corgo, “do qual quase se tinha vergonha”, acrescenta Paulo Nunes, e mostram “aquilo que o Douro tem de melhor atualmente e que são as suas regiões mais frescas”. “O Baixo Corgo proporciona essas qualidades como mais nenhuma sub-região no Douro, nomeadamente no atual cenário de alterações climáticas”, conclui.
Depois, acrescenta ainda o enólogo de reconhecido talento e criatividade, “quisemos Ir mais longe dentro da sub-região e assumir a pequena parcela de vinhas velhas, potenciando-as”.
“Estamos a iniciar um caminho, a assumir que somos do Baixo Corgo, o berço da Região Demarcada do Douro”, o que significa, conclui, “assumir fazer vinhos com mais frescura e menos álcool porque é o que esta sub-região dá”.
A gama premium dos vinhos Quinta da Rede inclui o rosé, o branco da Vinha do Pinheiro, o tinto da Vinha da Seara, o monocasta Sousão e o Porto Vintage 2018.
Estes vinhos são produzidos na adega própria da quinta, bem equipada, lagares de inox robotizados, sistema de frio e outros apetrechos tecnológicos de apoio à enologia, a qual conta ainda com Jorge Cardoso, enólogo permanente do projeto.
A adega da Quinta da Rede inclui igualmente uma boa coleção de barricas de madeira – de várias tostas e fornecedores, de 250, 300 e 500 litros –, servindo o propósito de permitir diferentes estágios.
A Quinta da Rede é propriedade de José Alves desde 1995. Tem 19 hectares e vinhas a uma altitude entre os 100 e os 500 metros. Integra a região do Douro mesmo antes da demarcação pombalina. O registo histórico mais antigo referente a esta propriedade na margem direita do rio Douro, entre Mesão Frio e a Régua, data de 1484.
Em 2014, José Alves adquiriu em Cambres, na outra margem do rio Douro, uma casa Art Deco da década de 1920 que converteu para enoturismo. É neste espaço que recebe também importadores, distribuidores e outros parceiros da marca. José Alves prepara-se agora para aumentar a capacidade de alojamento para 10 quartos e vai inaugurar também uma sala acolhedora para a realização de provas e encontros à volta dos vinhos Quinta da Rede. É em Cambres que se localizam também os serviços administrativos da empresa, bem como as unidades de engarrafamento, estágio e expedição.
A Quinta da Rede produz atualmente 100 mil garrafas por ano da gama Quinta da Rede, vendidas essencialmente no mercado externo (80 por cento). A par, são produzidas mais 100 mil garrafas das restantes marcas Rede.
Quinta da Rede rosé 2021
Rosé de castas tradicionais, Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinta Amarela, que nasce, literalmente, na vinha, tendo sido feita colheita de uvas propositadamente para o efeito, mais cedo que nas parcelas vizinhas e no estado ideal de maturação para o rosé pretendido. Metade do lote fermenta e estagia seis meses em barricas novas de carvalho francês. Polivalente, este é um rosé que fica bem a solo, mas igualmente com amplitude para a mesa. Rosé sério, expressivo, com acidez firme e bastante frescura e equilíbrio no longo final.
Produzidas 3466 garrafas
PVP: 18 euros
Quinta da Rede Vinha do Pinheiro branco 2019
Vinho de uvas de parcela do Baixo-Corgo. Conjunto alargado de castas autóctones, entre as quais destacamos Arinto, Rabigato, Viosinho e Gouveio, etc. Desengace total e fermentação em barrica de carvalho francês de 500 litros, a temperatura controlada de 15ºC. Estágio de 12 meses sobre borras, mantendo as barricas de 500 litros. Com uma complexidade invulgar, este é um branco encorpado, elegante e com uma frescura cítrica que lhe confere persistência e longevidade.
Produzidas 2000 garrafas
PVP: 40 euros
Conjunto alargado de castas autóctones entre as quais destacamos Arinto, Rabigato, Viosinho, etc.”
Quinta da Rede Vinha da Seara tinto 2019
Com origem em vinha tradicional do Douro situada na encosta do Marão, a 450 metros de altitude, este é um vinho de lote com grande diversidade de castas regionais: Touriga Nacional, Tinta Roriz, Touriga Franca, Tinta Barroca, Mourisco da Semente, Alicante Bouschet, Touriga Fêmea, Tinto Cão, Tinta Amarela, Preto Martinho, entre outras. Fermentação em lagar tradicional robotizado, a 26ºC, durante 10 dias, e 14 meses de estágio em barricas novas de carvalho francês de 300 litros. Tinto de cor ruby aberto e brilhante, como é típico das vinhas fiel blend, intenso, com taninos presentes, mas discretos, e imensa frescura e sofisticação.
Produzidas 3300 garrafas
PVP: 40 euros
Quinta da Rede Sousão 2020
Oriundo de vinha localizada na encosta da serra do Marão, a 400 metros de altitude, virada a norte, este é um tinto Sousão profundo e rico, envolvendo taninos sólidos e excelente acidez a dar frescura e persistência. Fermentou em lagar mecânico a 26ºC durante 10 dias, seguindo-se estágio de 16 meses em barricas novas de carvalho francês de 500 litros.
Produzidas 2000 garrafas
PVP: 25 euros
Quinta da Rede Porto Vintage 2018
Como escreve o produtor no rótulo, este é um Douro de vinhos entendidos como peças de artesanato e contado na primeira pessoa, da família e da tradição de guarda de pipos de moscos fortificados, gerações sucessivas. Quinta da Rede Porto Vintage 2018 é dedicado a Bernardo e Benedita, a mais recente geração da família de José Alves, e é uma celebração destes laços inquebráveis que unem a terras e as pessoas, através de uma paixão que se transmite de pais para filhos.
Produzidas 1300 garrafas
PVP: 60 euros
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