As receitas da mãe e da avó foram o ponto de partida para apostar numa proposta gastronómica genuína, como se estivéssemos no Nepal
Existe um provérbio muito português que afiança que “em equipa vencedora não se mexe”, mas ele não se aplica ao chef nepalês Tanka Sapkota, que vive permanentemente a pensar como pode melhorar todos os elementos na sua vida. Isso passa pela busca constante de melhorar a oferta nos seus restaurantes. Agora, chegou a vez da Casa Nepalesa, fundada em 2010, dar esse salto evolutivo.
O chef Tanka decidiu renovar a ementa da Casa Nepalesa e foi beber às origens, na família, para se inspirar na direção a tomar. Selecionadas algumas receitas-chave da mãe e da avó do chef Tanka (e do seu irmão, Yogesh, que assume a cozinha da Casa Nepalesa), o objetivo foi traçado: oferecer a quem vai ao restaurante uma proposta em tudo idêntica à que se come quotidianamente no Nepal. As melhores carnes e produtos portugueses são usados para elevar a proposta do restaurante.
Assim, surgem na ementa “as especialidades das nossas mães e avós”, em que são propostas iguarias como a “sopa de cabrito cozinhado em fogo lento durante várias horas”, inspirada na sopa que a mãe do chef Tanka fazia aos filhos em pequenos, quando estavam constipados. Rica em especiarias e extremamente apurada em matéria de sabores.
Como em tudo o que faz, o chef Tanka adicionou-lhe o seu toque pessoal, e serve esta sopa com yarsagumba ralado, um fungo raro (e muito caro, pois atinge os 45 000€ o quilo) que cresce nos Himalaias, entre os 3000 e 5000 metros de altitude, de benefícios comprovados para a saúde, numa versão “melhorada” da sopa de conforto das memórias de infância. Este segredo nepalês passa agora a poder consumir-se em Portugal, numa característica que também é parte da personalidade do chef Tanka Sapkota: a da divulgação da cultura gastronómica para todos, e a democratização de ingredientes de difícil acesso para o maior número de pessoas.
Além desta sopa de cabrito especial, que é servida com momos (os ‘dumplings’ que se comem no Nepal, e que neste caso, são recheados com carne de porco preto), são várias as receitas de família que podemos encontrar – como a Kachila (um tártaro de borrego temperado com especiarias e servido com gema de ovo Bio, ou o “Khasi Ko Bhutan”, miudezas de cabrito (que neste caso, é cabrito certificado transmontano DOP), salteadas com cogumelos frescos, uma entrada que a avó de Tanka Sapkota fazia regularmente em dias de festa – e que deixa até os mais cépticos com uma sensação de agradável surpresa.
Os novos pratos nepaleses encontraram parceiros à altura nas melhores carnes portuguesas, do borrego do Alentejo ao cabrito certificado transmontano DOP, passando pelo javali de caça de Évora, que também é servido aqui, ao fim de 9 horas de fogo lento, com molho tradicional de caril. E há outros pormenores que fazem a diferença, como as especiarias moídas diariamente, na hora, com preceito e segredos. Ou o não ter medo de arriscar em sabores menos fáceis, como no legume Karela, que tem um amargor nem sempre consensual, mas que é um dos alimentos mais consumidos diariamente no Nepal.
“Achámos que chegou a hora de darmos aquele salto qualitativo na Casa Nepalesa, e arriscarmos. A qualidade dos ingredientes mantém-se intocada, mas quisemos tornar a proposta mais genuína, ainda mais Nepalesa”, explica Tanka Sapkota, proprietário da Casa Nepalesa e de outros três restaurantes italianos em Portugal, o Come Prima, o Il Mercato e o Forno d’ Oro. Ao lado do irmão, Yogesh Sapkota, a ideia é garantir que a Casa Nepalesa é a versão mais fiel da cultura gastronómica do Nepal em Portugal.
Fundada em 2010, a Casa Nepalesa conquistou um público fiel no nosso país. A partir de agora, é provável que sejam muitos mais os apreciadores da genuína comida nepalesa que se vão render a esta nova ementa.
Morada: Av. Elias Garcia, nº 172 A, 1050-103 Lisboa
Horário: De segunda a sábado das 12h às 15h e das 19h às 23h (Até às 23h30 sextas e sábados)
Telefone de reservas: 21 797 97 97 / 91 445 56 64
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