Interpretação vinho &  gastronomia, sobre o Quinta do Crasto LBV 2013, do sommelier Manuel Moreira, que integra o Painel Nacional de Avaliação de Vinhos, organizado pelo site Alivetaste.com e reúne uma vez por mês no restaurante Links do museu de Serralves

Como resultado de mais um Painel Alivetaste para avaliação de vinhos (o 1º de 2019 e o 12º realizado), saiu este Porto – Quinta do Crasto LBV 2013– que passa a integrar a já vasta galeria de vinhos premiados.

O teor alcoólico, é fator a valorizar na relação com a gastronomia, assim como o elevado teor de doçura. A persistência, é forçosamente mais duradoura, assim como o alongamento dos sabões.

Por outro lado, o facto de ser um LBV, parente da família Ruby, exalta-se os frutos vermelhos maduros, tons fumados e empireumáticos. Por ser bastante jovem, ter-se-á que ter em conta a estrutura e alguma tenacidade dos seus taninos.

Várias opções se levantam, quer na componente doce, assim como na componente salgada.

Na componente salgada, pode-se abordar a sua harmonização na perspectiva de um vinho tinto, poderoso e ainda com taninos marcantes. Carece de proteína que amorteça o vigor, e o álcool, que esconda um pouco a doçura e mantenha uma linha de sabor equivalente. Por vezes, molhos, gratinados e hidratos de carbono (tipo empadão, gratin, pastas e arrozes), podem ser de grande ajuda. Guisados e confitados, também.

Obviamente, algumas tipologias de queijo, serão também bem vindas.

Nas sobremesas, necessita-se de ingredientes também eles de boa intensidade e persistência. O chocolate é um deles. Controlar o amargo do chocolate com a tenacidade “tânica” do vinho.

Sobremesas com estrutura, crumbles, e apoiadas por frutos vermelhos, serão sempre guidelines bons de observar. Bolo de mel, queijo de figo.

Por Manuel Moreira