Inserido no Hotel Monverde na quinta com o mesmo nome, um restaurante de indiscutível qualidade na região dos vinhos verdes, que tem a mestria do chef Marco Gomes, onde a cozinha tradicional tem um tratamento surpreendente
Num cenário verdadeiramente idílico, no maior hotel vínico da região dos vinhos verdes, temos este espaço enogastronómico onde a essência da gastronomia tradicional é trabalhada com grande mestria, por um profissional com provas mais que dadas.
Conheço o chef Marco Gomes à vários anos, tendo de certa forma acompanhado a sua evolução. Um transmontano convicto lutador pelos produtos tradicionais. O que encontrei aqui foi para mim uma surpresa, demonstrando da parte do chef, não uma continuidade mas uma evolução, sensibilidade e adaptação em ter uma cozinha saborosa e criativa, onde as bases da cozinha tradicional existem e bem integradas. O respeito pelas matérias primas é uma realidade.
Também aqui encontramos um verdadeiro trabalho de equipa, cozinha/enologia, pouco vulgar, mas aqui claramente justificável dadas as caraterísticas do projeto. A entusiasta enóloga Bebiana Monteiro, tem desenvolvido um trabalho de harmonização com o a cozinha do chef que se reflete no resultado de uma refeição interessante e nem sempre fácil de conseguir.
Tachos para partilhar como, arroz caldoso de tamboril com gambas, o arroz de costelinhas em vinha d`alhos com grelos, uma massada rica de peixes da nossa costa, o famoso arroz caldoso de bacalhau com coentros ou os pratos por encomenda de robalo do mar ao sal com batata e legumes cozidos, um cabrito tradicional assado no forno com batatinha assada e grelos ou leitão assado à moda da Bairrada com batata chips e salada mista.
Além desta opções existem as entradas frias e quentes imperdíveis, pratos de peixe bem conhecidos como polvo grelhado com batata a murro, crocante de azeitona e pó de azeite, lombo de bacalhau com broa e coentros, puré de grão e tomate confitado, rolinhos de linguado recheados com camarão e risoto lingueirão, ou a tranche de robalo do mar com esmagada de batata e emulsão de anchovas e azeitona. Nas carnes lombo de novilho com escalope de foie gras, tarte de batata, legumes salteados e molho de pimenta verde, lombinhos de porco em vinha d`alhos com milhos tradicionais e cogumelos selvagens, o cabritinho recheado com “pipis”, cevadinha, tomate seco e palha de alho francês ou finalmente bife wagyu na grelha com batata grelhada e migas de grelos. Enfim uma panóplia de sugestões numa carta com apenas cerca de 4 opções em cada área, mais que suficiente para uma refeição diversificada e gostosa onde se pode também optar por dois menus de degustação já com as harmonizações respetivas.
Com uma carta de vinhos dando primazia aos vinhos da região e lista de vinhos a copo, encerra-se uma refeição devidamente estruturada em complemento a uma equipa de sala bem jovem que se pauta pelo gosto de fazer o que é suposto ser bem feito.
Se adicionarmos a tudo isto um espaço envolvente de vinhas, estamos no sítio perfeito. Um projeto da Quinta da Lixa que tem como CEO Óscar Meireles, gestor dinâmico e grande empreendedor que conheci com este projeto ainda em estado embrionário.
Mais informação em monverde.pt/.
por Mário Rodrigues
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