As colheitas de 2015 do Coroa D’Ouro branco e Poças Reserva branco acabam de chegar ao mercado, vinhos prontos para o verão que mostram o potencial da região duriense para a produção de vinhos brancos de qualidade e consistência
Produzidos com uvas provenientes das sub-regiões Cima Corgo e Douro Superior, os dois brancos da Poças diversificam nos pormenores. As castas de nome português, códega, rabigato e viosinho, lá estão, em ambos, mas ao Coroa d’Ouro acrescenta-se ainda a malvasia fina e a moscatel, uva de perfil aromático muito rico que o enólogo da casa, Jorge Pintão, gosta de usar com equilíbrio e rigor na quantidade, evitando que marque em demasia os vinhos.
Ambos frescos e frutados, os dois brancos desfilam aromas, mais frutos tropicais no caso do Cora D’Ouro, ou notas de citrinos, tratando-se do Poças Reserva. Neste jogo de pormenores para usufruir nos dias de calor descobre-se ainda a acidez equilibrada e persistente do Coroa D’Ouro e a presença da madeira bem integrada no Poças Reserva, mais untuoso e com um final longo e elegante.
Das colheitas de 2015, também dois tintos en primeur, atualmente em estágio em cascos de carvalho francês – no caso do Símbolo, topo de gama da Poças, as barricas são novas. Estes tintos durienses são feitos de uvas tradicionais, touriga nacional, touriga franca, tinta roriz e tinta barroca, quando se trata do Vale de Cavalos, ou mistura de castas de vinhas velhas e touriga nacional da Quinta da Poças em Ervedosa do Douro, no caso do Símbolo.
Tradição da Poças, o outro Douro, o de sempre e do Vinho do Porto, o Colheita 2001 é um tawny de qualidade superior que fica bem todos os dias. Com edições regulares desde 1964, este Porto é feito dos melhores lotes da vindima de 2001 e envelhece há década e meia em cascos de madeira. Bom ano agrícola Para reforçar a aposta nos vinhos DOC Douro, a equipa de enologia da Poças conta, desde 2014, com o apoio do francês Hubert de Boüard, um dos nomes maiores da enologia de Bordéus, e do lusodescendente Philippe Nunes, que integra a equipa de Boüard, e é um entusiasta pelas castas autóctones do Douro.
As colheitas de 2015 agora apresentadas são o fruto de um ano agrícola que apresentou algumas singularidades – valores de precipitação abaixo do normal e algumas ondas de calor, especialmente em julho, e um agosto de temperaturas diurnas e noturnas mais amenas que o normal, o que foi benéfico para a maturação das uvas. A chuva em meados de setembro, acompanhada de temperaturas mais baixas, teve um impacto bastante positivo, quer na produção, quer na qualidade das uvas, permitindo uma maturação progressiva até ao início de outubro
A quase centenária Poças Júnior é uma das poucas empresas de vinhos do Porto de raiz familiar, 100 por cento portuguesa, que se mantém nas mãos da mesma família desde a fundação, sendo atualmente gerida por quatro elementos da quarta geração.
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