Depois da desmancha do porco, em Março, e da ode ao Rio Douro, em Abril, este mês, o chef José Guedes dá destaque às hortícolas, com um menu especial onde é possível degustar produtos colhidos diretamente da horta de produção biológica localizada em frente ao restaurante, em pleno coração desta Quinta duriense

Salada de Beterraba com Queijo de Urtigas e Amêndoas do Douro, Polvo grelhado com Funcho, Limão e Ervas da horta, e Torta de Laranja, fazem parte do Menu “A Horta”, que está disponível de segunda a sexta-feira. Esta oferta especial funcionará apenas no período de almoço e tem um valor de €45 por pessoa, com harmonização incluída de vinhos DOC Douro e Porto da Quinta de Ventozelo e Dalva.

Esta iniciativa regular de elogio aos produtos regionais e de época vai durar até ao final de 2024, e poderá materializar-se tanto em menus especiais, como em atividades extra, tais como provas temáticas ou mostras ao vivo de técnicas e de produtos, que tanto podem ir do tomate coração de boi à vindima, passando pela caça ou a apanha da azeitona, entre outros. Sendo a Cantina de Ventozelo um verdadeiro farm-to-table, a horta faz parte do seu ADN: mais do que espaços de produção, em Ventozelo as hortas são jardins pensados em conjunto pelo arquiteto paisagista João Bicho, pelo chef José Guedes e pela equipa da Cantina de Ventozelo, numa lógica de gastronomia de quilómetro zero.

A horta de Ventozelo foi cuidadosamente planeada durante todo o processo de reabilitação dos diferentes espaços da Quinta, iniciado há uma década, e que culminou com a abertura desta unidade hoteleira ao público. Aproveitaram-se alguns dos muros existentes e preservaram-se as grandes laranjeiras como marca do passado, tendo sido criados quatro patamares de hortas, cada um subdividido em 12 talhões, e intercalados com patamares de laranjeiras e um pomar tradicional que, juntamente com as árvores espalhadas pela Quinta, permitem assegurar a produção abundante de fruta.

Em Ventozelo, as hortas, os laranjais e o pomar encontram-se em modo de produção biológica, sendo nestes espaços onde se promove a biodiversidade, através da plantação e sementeira de espécies florísticas para servirem de alimento e abrigo para muitos dos insetos que ajudam a combater as pragas das hortícolas, bem como de alimento às abelhas, cujas colmeias estão instaladas na proximidade das hortas. Mais recentemente, foram instalados também abrigos e ninhos para poderem contar com as aves auxiliares que já se encontram na Quinta, e que se aproximam da horta para ajudar a combater as pragas.

De forma a respeitar o conceito de economia circular, os detritos vegetais dos pomares, hortas e Cantina, são combustados na horta. E atendendo ao facto de não se poderem produzir todas as frutas e legumes necessários, sempre que possível, a equipa de Ventozelo promove também a troca de excedentes com outros produtores locais que tenham essas frutas ou legumes, por outros que existam em excesso na Quinta.

“Mais do que espaços de produção, as hortas são jardins onde produzimos alimentos e cujas culturas discutimos e articulamos com a equipa da Cantina de Ventozelo”, explica João Bicho, arquiteto paisagista de Ventozelo Hotel & Quinta.  Posto isto, e dada importância central da horta na vida diária da Cantina de Ventozelo, o chef José Guedes faz agora um elogio aos sabores que dela saem com o menu “A Horta”, disponível até ao final de maio.