A Quinta Beira Douro e a Quinta do Malhô ganharam um novo proprietário há dez anos. A Cap Wine Portugal, escolheu investir no Douro, região rica de história e de cultura do vinho, a mais antiga do mundo
André Tremblay destacou que “a região do Douro não está apenas entre as mais belas vinhas do mundo, também oferece um terroir fantástico que dá a vida a vinhos de elevada qualidade e muito desejados nos melhores mercados mundiais”.
A Cap Wine Portugal, empresa que pertence ao grupo vitícola francês Cap Wine International, chegou há dez anos ao Douro e logo se deixou seduzir pela magnitude da paisagem, das vinhas, dos vinhos plenos de história e qualidade. Depressa materializou a paixão com a aquisição da Quinta Beira Douro e da prestigiosa Quinta do Malhô, ambas situadas em Ervedosa do Douro, na Sub-Região de Cima Corgo. Os vinhos destas duas propriedades, todos com Denominação de Origem Controlada (DOC) Douro, foram agora oficialmente apresentados, em Lisboa, no restaurante Estórias na Casa da Comida, reunindo jornalistas da área dos vinhos e lifestyle, para uma prova comentada, seguida de um delicioso jantar, em perfeita fusão de aromas e sabores.
Na Quinta Beira Douro impera um clima mediterrânico moderado, os solos são graníticos e xistosos, as vinhas contam com 20 a 80 anos de idade (e mais). Já a Quinta do Malhô tem solos xistosos onde nascem vinhas velhas com mais de 80 anos, a 300 metros de altitude. Ao todo estas duas quintas contemplam 15 hectares. Estão situadas no coração da melhor área produtora de vinho DOC Douro, o Cima Corgo, oferecendo o equilíbrio ideal entre os solos excessivamente ricos do Baixo Corgo e o calor intenso do Douro Superior. As vinhas são geridas de acordo com um sistema de intervenção mínima, denominada “Produção Integrada”, para garantir a expressão natural dos vinhos, sendo que as decisões são tomadas de acordo com o ciclo de produção e em função do impacto mínimo sobre o ambiente. O lema “Douro por Natureza” é assumido pela equipa de enologia, liderada por Sofia Valente.
O Beira Douro branco Reserva 2018 nasce maioritariamente das castas Rabigato, Viosinho e Códega do Larinho e é a primeira edição, limitada a 1200 garrafas. Foi parcialmente envelhecido por quatro meses em barricas novas de 500 litros de carvalho francês. Tem um aroma complexo, sedutoras notas cítricas, elegância e frutos brancos de caroço. Na boca apresenta acidez fina e mineralidade, madeira em harmonia com a fruta e deixa um final longo e fresco. (14€)
O Beira Douro Touriga Franca e Touriga Nacional tinto 2016 resulta de vinhas com 20 a 40 anos, e tem grande aptidão gastronómica. Perfeito para ser bebido já, promete longevidade em garrafa. No nariz as notas de frutos vermelhos estão em destaque. Tem bom volume de boca, é frutado, mostra taninos maduros e termina elegante e equilibrado. (9,90€)
O Quinta Beira Douro tinto Reserva 2016 foi produzido a partir de uvas de vinhas com 40 anos, provenientes da Quinta do Malhô e da Quinta Beira Douro (Touriga Franca, Touriga Nacional e Tinta Roriz, alguma Tinta Amarela e Sousão). Contou com um estágio parcial de 12 meses em barricas usadas de carvalho francês. É um vinho de aroma intenso com notas de frutos maduros, alguma especiaria madeira bem integrada. Na boca é concentrado, frutado, fresco e complexo, tem taninos finos, termina longo e persistente. (14€)
O Quinta Beira Douro Vinhas Velhas tinto 2014 foi elaborado exclusivamente a partir das vinhas velhas, com 80 anos, provenientes da Quinta Beira Douro, com as uvas das videiras situadas em cima do leito do rio Douro, que proporcionam vinhos mais elegantes, frescos e aromaticamente mais marcantes e complexos. Passou por um estágio de 12 a 18 meses em barricas novas e usadas de 500 litros de carvalho francês. É um vinho intenso e complexo. No nariz as notas de frutos pretos maduros, amoras e cerejas estão em destaque, aroma bem casado com a madeira. Na boca é amplo e concentrado, frutado e fresco, revela compota, especiarias e deixa um final longo e apelativo. Promete continuar a evoluir em garrafa por mais 10 a 20 anos. (23€)
O Quinta do Malhô Vinhas Velhas tinto 2013 foi produzido a partir de uma seleção de uvas de videiras com mais de 80 anos. Passou 12 meses em barricas novas e usadas de 500 litros de carvalho francês. Ao todo fizeram-se 6.250 garrafas, que prometem “viver” por mais dez anos. De nariz intenso, com notas de frutos maduros, floral, alguma compota, madeira, especiarias, tem grande concentração, é macio, equilibrado e deixa um final longo com taninos maduros. (23€)
O Quinta Beira Douro Dádiva tinto de 2015, que surge da combinação das melhores parcelas de vinha da Quinta do Malhô e da Quinta Beira Douro, onde se incluem vinhas velhas de Touriga Franca e Touriga Nacional. Beneficia da exposição solar e altitude do Malhô e da exposição norte junto à margem esquerda do Rio Douro da Quinta Beira Douro. Estas características contribuíram para fazer deste, um vinho simplesmente excecional, que beneficiou ainda de um estágio de 24 meses em ânforas de barro de 150 litros, tendo sido selecionadas as 10 melhores ânforas para fazer chegar ao mercado apenas 1.990 garrafas. Pleno de elegância e frescura, surpreende pela mineralidade, revela potencial de longevidade. De destacar que este produtor foi o primeiro a usar ânforas no Douro e que cada uma delas é diferente da outra, já que são feitas à mão, uma obra delicada que vem do sul de França. Para surpresa de todos, seguiu-se uma prova vertical deste Quinta Beira Douro Dádiva, com as colheitas de 2012 (a primeira), 2013, 2014 e a de 2016 que está a estagiar para chegar ao mercado em 2020. Sofia Valente, enóloga, salienta que este vinho foi um desafio e “reflete a natureza, sendo mesmo uma verdadeira ‘dádiva’ para os cinco sentidos”. (51€)
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