O maior desafio foi a vindima de cerca de 1000 hect. …
Jorge Moreira, natural do Porto é Diretor Técnico da Real Companhia Velha. Iniciou o percurso profissional em 1996 a trabalhar como enólogo na Real Companhia Velha; em 2001 surgiu um projeto pessoal com um vinho chamado Poeira; em 2002 começou a trabalhar na Quinta de la Rosa como responsável técnico e gestor, tendo saído da Real Companhia Velha, empresa para a qual regressou em 2010 como diretor técnico.
Como e quando despertou para o mundo do vinho?
Quando fiz o primeiro estágio de vindima.
Qual foi o seu maior desafio desde que teve início a sua atividade nesta área?
O meu maior desafio foi em 2010, quando coordenei uma vindima de cerca de 1000 hectares e sempre com o objetivo de manter a identidade de cada vinha e de cada vinho.
O que acha deveria ser alterado na postura de alguns dos restaurantes e hotéis relativamente ao serviço de vinhos?
Em primeira instância devia ser revista a política de preços. Uma aposta em profissionais (escanções) a gerir o serviço de vinhos nos restaurantes e uma oferta de vinho a copo mais alargada (em número de restaurantes e de referências disponíveis) são também medidas que considero essenciais.
Que história, pelo absurdo e/ou interessante, tem desde que iniciou a sua atividade?
Numa prova no Japão estive a mostrar vinhos durante um dia inteiro em copos tipo shot de plástico sem conseguir comunicar com ninguém (não falavam inglês), nem mostrar os vinhos (o copo não o permitia). No segundo dia arranjei um tradutor e também um copo de prova. À primeira senhora que se aproximou, vestida com roupas tradicionais, resolvi explicar como se prova um vinho do Porto: deitei o vinho no copo e falei sobre a cor, expliquei que se devia agitar o copo para libertar os aromas e cheirar o vinho; para meu espanto e horror do tradutor, o copo saltou da minha mão e aterrou no peito da senhora. Tudo piorou quando tentei com um guardanapo limpar a sujidade que tinha provocado. Escusado será dizer que esta foi a última aula de prova de vinhos que dei no Japão…
Qual o vinho que teve oportunidade de provar que mais o surpreendeu e de que país?
‘Quinta do Noval Nacional 1967’, pela frescura, complexidade e caráter deste enorme vinho.
Qual o restaurante que lhe proporcionou uma experiência inesquecível e porquê?
Hakkasan em Londres, pelo inesperado de encontrar um restaurante com uma cozinha de inspiração chinesa com enorme qualidade e diversidade, com um ótimo serviço de vinhos que proporcionou ligações vinho/comida realmente extraordinárias.
por Mário Rodrigues
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