Leia a “História à mesa” do Chef de cozinha do chefe de Estado-Maior da Armada e do restaurante “O Faia”. Profissional de mão cheia habituado a preparar as refeições protocolares ou a servir os turistas numa conhecida casa tradicional de fado, Carlos Abreu nunca esqueceu os sabores da cozinha tradicional Portuguesa na cozinha que pratica.
No ano em que nevou em Lisboa, em 2006, mais precisamente no Bairro Alto, fui a uma entrevista para cozinheiro numa Casa de Fados, também ela situada no Bairro Alto. A entrevista tinha corrido muito bem, gostei do restaurante e estava muito entusiasmado com o novo desafio que aí vinha. Comecei a trabalhar logo no dia seguinte.
Assim que lá cheguei conheci os colegas, as instalações, os métodos de funcionamento da casa, comecei a fazer as preparações, a mise-en-place…
Quando chega a hora da casa abrir, o Chef manda-me buscar uma cadeira, diz-me para eu me sentar, abre o armário da cozinha e liga uma televisão que estava lá dentro.
Fiquei pasmo! Mas o que faz uma televisão na cozinha?
Questionei o Chef, para que servia uma televisão na cozinha, quando ele me diz que serve para ver o Telejornal e as Telenovelas! Segundo ele, o restaurante trabalhava maioritariamente com grupos e, naquela altura do ano, costumavam ter muito poucos. Clientes sem reservas, também raramente tinham, pelo que o serão do Chef e do pessoal da cozinha era passado à frente da televisão.
Naquele dia, ali fiquei a assistir à programação televisiva, no segundo dia, igualmente mas, no terceiro dia, fui falar com o proprietário do Restaurante e dizer-lhe que estava ali para trabalhar, não para ver televisão e, apresentei a minha demissão.
Na mesma semana, comecei a trabalhar no Restaurante Típico “O Faia”, onde estou até hoje, com a casa cheia todas as noites!
por Carlos Abreu
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