Luís Pato assina o “Vinho do Ano”, João Nicolau de Almeida, David Baverstock, Octávio Freitas, Ana Mota e Joana Reis entre os grandes vencedores dos “óscares” do vinho e gastronomia

 A Revista de Vinhos acaba de revelar os grandes vencedores dos prémios “Os Melhores do Ano 2024”, numa celebração única que encheu a Sala do Arquivo do Centro de Congressos da Alfândega do Porto. E os vencedores são…

O enólogo João Nicolau de Almeida, que esteve 40 anos ligado à Ramos Pinto até arrancar o projeto familiar da Quinta do Monte Xisto, igualmente no Douro, foi eleito “Personalidade do Ano no Vinho”, em reconhecimento pelo trabalho ímpar promovido naquela região durante estas últimas décadas. O título “Personalidade do Ano na Gastronomia” sublinhou a abnegação e empreendedorismo de Manuel Pinheiro, o carismático proprietário do restaurante e marisqueira O Gaveto, uma das catedrais gastronómicas de Matosinhos, que nos últimos anos tem alcançado enorme impacto nos Media internacionais, tem promovido eficazmente o vinho e respetivos autores e tem sido um defensor intransigente da cozinha tradicional portuguesa. António Montenegro Fiúza foi considerado “Personalidade do Ano no Brasil” na sequência do apoio prestado à divulgação das empresas portuguesas naquele mercado, bem como pela facilitação de intercâmbios de investimentos entre atores dos países irmãos, incluindo nas áreas do vinho, da gastronomia e do enoturismo.

O “Vinho do Ano” é obtido pelo produtor e enólogo Luís Pato, a partir de uma vinha pré-filoxérica da casta Baga – Luís Pato Pé Franco das Valadas 2020 é um tinto de acidez pronunciada, delicado e equilibrado, com grande potencial de evolução.

Rocim, de Catarina Vieira e Pedro Ribeiro, com foco especial no Alentejo e em Lisboa, para lá de múltiplas parcerias noutras regiões do país e também no exterior, alcançou o título de “Produtor do Ano”. A Quevedo, que exporta 94% do que produz para 37 países, foi distinguida “Produtor de Vinhos Fortificados do Ano”, na medida em que desempoeirou a linguagem e a imagem do Vinho do Porto, contemporaneidade que é um contraponto com os fortificados com indicação de idade, de longo envelhecimento em casco. O “Produtor Revelação do Ano” é o projeto Domínio do Açor, no Dão, que reúne uma dezena de investidores brasileiros e tem alcançado exemplares de grande nível, com assumida inspiração nos vinhos da Borgonha.

A celebrar 190 anos e esfera de ação muito além da Península de Setúbal natal, a José Maria da Fonseca, sediada em Azeitão, foi considerada “Empresa do Ano”. A gama de vinhos Dory, elaborada na região de Lisboa pela Adega Mãe, arrebatou a distinção “Marca do Ano”.

David Baverstock, provavelmente o mais português dos australianos, atualmente coordenador de enologia do grupo Winestone, foi considerado “Enólogo do Ano” e o “Enólogo Revelação” é Jorge Mata, que surpreende pela irreverência e tensão dos vinhos Ramilo, em Sintra.

Joana Reis, a head sommelier do restaurante algarvio Avenida, em Lagos, foi distinguida “Sommelier do Ano”. A Garrafeira Estado d´Alma, em Lisboa, obteve o reconhecimento de “Loja/Garrafeira do Ano”. O prémio “Enoturismo do Ano” foi atribuído à Quinta de Ventozelo, no Douro, e a cidade do Porto foi considerada “Destino Gastronómico do Ano”.

 O sublinhado “Viticólogo/Investigador do Ano” destacou o trabalho de Ana Mota, responsável de viticultura da Quinta Nova (Douro) e Taboadella (Dão). A distinção “Distribuidor do Ano” elegeu a Wine Concept.

O duas estrelas Michelin Ocean, do algarvio Vila Vita Parc, em Porches, onde pontifica o chefe Hans Neuner, conquistou o prémio “Restaurante do Ano” e  Octávio Freitas, atualmente a liderar o Desarma, no Funchal, foi eleito “Chefe de Cozinha do Ano”.

Aurora Goy, do restaurante portuense Apego, venceu a promissora categoria “Chefe Revelação do Ano e a Tasquinha da Linda, em Viana do Castelo, alcançou o título de “Serviço de Vinhos do Ano”. O queijo Granja dos Moinhos, o chèvre da Maçussa, elaborado por Adolfo Henriques, obteve o galardão de “Produtor Artesanal do Ano”.

A Revista de Vinhos atribuiu ainda o prémio Homenagem ao presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira. A par disso, entregou os diplomas aos 30 “Vinhos Excelência” eleitos pelos provadores da publicação e distinguiu o vinho tinto EA 2022, Regional Alentejano elaborado pela Adega da Cartuxa – Fundação Eugénio de Almeida, como “Compra do Ano”.

“Os prémios ‘Melhores do Ano’ da Revista de Vinhos são, há quase três décadas, um momento de celebração e reconhecimento do que de melhor se faz no vinho, no enoturismo e na gastronomia em Portugal. São considerados os ‘Óscares’ do setor e refletem não só a evolução do panorama vitivinícola nacional, mas também a solidez e a resiliência daqueles que nele trabalham. Este ano, atribuímos prémios em 25 categorias, destacando projetos e protagonistas que marcam a diferença. Em 2024, reconhecemos o mérito e o empenho de tantos profissionais, mas também olhamos o futuro com confiança e entusiasmo.” Nuno Guedes Vaz Pires, diretor Revista de Vinhos.

Realizados desde 1996, “Os Melhores do Ano” são tidos pelo setor como os “óscares do vinho e da gastronomia” em Portugal. São ainda o destaque da edição de fevereiro da Revista de Vinhos, em banca a partir deste sábado, dia 08 de fevereiro.