António Bóia é um grande profissional de cozinha, com um percurso nacional e internacional bastante extenso e experienciado, sendo considerado o mestre da Cozinha, não só pela criatividade e qualidade que confere aos pratos que assina, mas também pela organização e liderança com que gere as suas equipas. É desde 2016 o Chef Executivo do Grupo Amorim Luxury
Natural de Bragança, aos 13 anos abandonou os estudos e foi trabalhar para França onde entrou no mundo da restauração, desempenhando tarefas humildes, mas que tiveram o condão de despertar a sua atenção por esta arte. O curso de bases de cozinha francesa foi o ponto de partida, no reconhecido Le Cordon Bleu (entre 1987 e 1989), o que permitiu o acesso a outros empregos em estabelecimentos cada vez mais conceituados.
Em 1991, colmata uma lacuna na sua formação ao fazer um curso de cozinha tradicional portuguesa que o levaria a ganhar o primeiro concurso Toque D’or. Distinção que, numa primeira instância, recusou de modo a poder regressar a França.
Mas, a persistência de terceiros, levaram-no a ficar e a aceitar representar a equipa nacional na competição de Frankfurt (medalha de bronze), isto no distante ano de 1992.
Alcântara Café (1991) e Hotel da Lapa (1992) foram etapas até novo regresso a Paris, a que se veio a suceder a inauguração do Penha Longa (Setembro 1994), mas sem com isto deixar de integrar as equipas olímpicas e a própria direcção da Associação de Cozinheiros Profissionais de Portugal (ACPP).
Frankfurt, Erfurt, Luxemburgo, Milão, Santiago do Chile, Glasgow, Chicago, Dubai, Nova Zelândia, Coreia, entre outros, são cidades e países que testemunharam a presença de António Bóia em defesa da selecção nacional de cozinha, tarefa que sempre foi equilibrando com a vida profissional – com o Meridien (Setembro 1996) a ser a próxima paragem de uma carreira que começava a ser verdadeiramente intensa, e ao qual se seguiu o projecto da Expo 98 com o projecto de restauração H20.
Finda a exposição portuguesa, António Bóia regressa ao Penha Longa, onde operou uma reestruturação completa dos restaurantes, banquetes e das equipas, projecto que o próprio definiu como “muito estimulante”, e ao qual sucedeu a entrada no Ritz (Abril 2002), e de onde depois foi para o Grupo BHolding (Janeiro 2006), como chefe executivo dos restaurantes Rio’s e Praia Café, cargo a que juntou a gestão do serviço de catering do grupo português, área que o apaixona.
Pelo meio conta-se ainda vários cursos em institutos de referência, a passagem para treinador da selecção nacional júnior, presidente de jurí do chef Cozinheiro do Ano, júri acreditado do ITQI (Bruxelas) júri internacional da WACS (World Association of Chefs Societies) , entre outros feitos como a organização do mega evento Rock in Rio e Volvo Ocean Race Lisboa, mas que raramente refere pois “trabalhar e ser honesto é o (meu) lema de vida e com isto mais não há do que deixar a vida acontecer”.
Com um currículo que fala por si, António Bóia nunca procurou o “mainstream”, ou populismo que acompanha alguns executantes desta classe profissional, e afirma que ter uma estrela Michelin não faz parte dos seus planos, nem a distinção é, para si, um ónus de cozinha de excelência. “Espero nunca a vir ter, pois é algo que não me entusiasma. O que me satisfaz é o livro de reservas cheio! Ter uma estrela Michelin e servir almoços de dez ou quinze pessoas não me interessa”, assume.
Em 2016, aceitou o convite feito por Miguel Guedes de Sousa do Grupo Amorim Luxury, para o projecto JNcQUOI, tornando-se Chef Executivo do Grupo – que compreende os restaurantes JNcQUOI Avenida, JNcQUOI Asia e JNcQUOI Club – cargo que ocupa presentemente e onde gere uma equipa composta por mais de 100 profissionais e onde todos os dias, impera o desafio de se fazer mais e melhor.
Por Mário Rodrigues
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