Com financiamento da Comissão Europeia, o projeto VineScout tem como único parceiro nacional a Symington Family Estates
Depois de uma primeira fase de testes no verão de 2017, o robô VineScout regressa novamente ao Douro para dar continuidade aos ensaios no terreno, nomeadamente na Quinta do Ataíde, propriedade da Symington Family Estates. A família é a única parceira nacional e o único player do setor vitivinícola a nível europeu a integrar este projeto, contribuindo com o conhecimento aprofundado de end user – utilizador final. O VineScout destaca-se pela capacidade de monitorizar a vinha de forma autónoma e com recurso a propulsão elétrica e energia solar, para garantir melhorias na vitivinicultura no Douro e em outras regiões da Europa, tendo em conta as práticas sustentáveis necessárias para garantir o futuro do setor.
A versão aperfeiçoada do VineScout que está agora em testes no Douro incorpora os ensinamentos e as conclusões dos primeiros ensaios realizados em contexto real no ano passado. No dia 29 de agosto, os vários parceiros – que, para além da Symington, incluem a Universidade Politécnica de Valencia e a Universidade de La Rioja (Espanha); a Wall-YE Robots & Software (França); e a Sundance Multiprocessor Technologies (Reino Unido) – convidam várias empresas nacionais produtoras de vinho, universidades e institutos de investigação, consultores internacionais, associações de produtores e empresas tecnológicas para participarem nas demonstrações em campo e darem feedback do que ainda pode ser melhorado. Todos os dados recolhidos serão essenciais para o avanço do projeto que deverá estar concluído em 2019.
O projeto VineScout foi iniciado em dezembro de 2016 e é financiado em cerca de 1,7 milhões de euros (dos 2 milhões de euros totais) pelo Horizonte 2020, um Programa-Quadro Comunitário de Investigação e Inovação da Comissão Europeia. O grande objetivo é o desenvolvimento de um robô acessível, fiável e fácil de operar, que se pretende que seja produzido em série a médio-longo prazo. O VineScout é capaz de fazer medições de parâmetros chave da vinha que apoiem a viticultura, incluindo o controlo do estado hídrico da videira (o que permite uma correta gestão da disponibilização de água), a temperatura da folha da videira e o vigor da planta.
Relembre-se que as técnicas atuais de recolha de dados das vinhas têm várias limitações, como serem muito caras, exigirem colaboradores com formação específica, consumirem muito tempo (as quintas, normalmente, têm extensas áreas para serem monitorizadas) e, muitas vezes, fornecem uma imagem incompleta já que as taxas de amostragem são forçosamente baixas. Com o VineScout, os viticultores e produtores podem assim ter acesso a informações abrangentes e confiáveis durante os ciclos de crescimento e maturação, em tempo real, de modo a poderem realizar ao máximo o potencial qualitativo do fruto. A coordenação do projeto está a cargo de Francisco Rovira-Más, professor da Universitat Politécnica de Valencia e especialista em robótica e engenharia agrícola.
A Symington continua, assim, a estar na vanguarda da investigação da viticultura no Douro, de forma a alavancar a qualidade dos vinhos e encontrar soluções pioneiras para os desafios que se avizinham. A empresa tem apostado em vinhas experimentais na Quinta da Cavadinha, e nas coleções de castas plantadas na Quinta do Ataíde e na Quinta do Bomfim, respetivamente com 53 e 29 variedades diferentes, algumas das quais quase desconhecidas. A Symington está ainda envolvida no VISCA – Vineyards’ Integrated Smart Climate Application, um projeto de investigação e desenvolvimento europeu que pretende desenvolver estratégias de adaptação de curto e médio prazo às alterações climáticas.
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