Uma das situações que mais me preocupa no serviço de vinhos nos restaurantes, é o excessivo preço pelas margens colocadas, que têm afastado muitos consumidores do vinho.
Jose Maria d´Orey Soares Franco, vitivinicultor, empresário e gestor, natural de_Lisboa, despertou para o mundo do vinho durante a infância visitando a firma de seus primos J M da Fonseca. Mais tarde durante o curso de agronomia, foi na fase em que teve de optar pela especialidade. Aí a vitivinicultura foi a opção óbvia para si.
Qual o seu percurso?
Estudei no ISA em Lisboa. De 1972 a 1977. Depois fiz o estágio em Dois Portos na então Estação Vitivinícola Nacional, em 1977/78. Em 1979 ingressei na Casa Ferreirinha, A.A.Ferreira, SA, depois adquirida pela Sogrape em 1987, onde fiquei até 2007, data da minha saída para criação do Projeto Duorum dentro da Holding Gestvinus /João Portugal Ramos, onde atualmente desenvolvo a minha atividade.
Quais foram os seus maiores desafios?
O Douro, a sua viticultura e a sua modernização. Criação de futuro. Também na enolgia a adaptação ao futuro de uma tecnologia artesanal, a que existia no Douro em 1979.
O que acha mais relevante na evolução do Mercado dos vinhos em Portugal?
A criação de novos Vinhos, modernos e adaptados aos gosto do consumidor internacional.
O que pensa do serviço de vinhos nos restaurantes?
Na sua maioria, mas há exceções, penso que devia ser melhor na elaboração de cartas, de informação preciosa que não é dada e no acompanhamento do Serviço.
Mas o que mais me preocupa é o excessivo preço dos vinhos pelas margens colocadas, que têm afastado muitos consumidores do vinho.
Qual a sua opinião sobre o serviço de vinho a copo?
Penso que é uma excelente solução quando é bem executada com vinhos abertos no momento e conservados em boas condições. É uma excelente forma de divulgar o vinho.
Existem hoje em dia equipamentos excelentes, com vácuo, etc, que ajudam na preparação e serviço dos Vinhos a Copo.
Qual a experiência em restaurante que melhor a impressionou?
O Restaurante Cordeillon Bages, pertença da família Cazes em Pauillac.
Que vinho inesquecível teve oportunidade de provar?
O Vintage 1815 da AA Ferreira, SA, um Chateau d’Yquem da região de Sauternes em Bordéus, o Barca velha 1999 e um Marquês de Borba 1977.
O que acha da penetração dos vinhos portugueses no mercado mundial?
Penso que tem sido lenta. Os últimos resultados de provas e prémios internacionais têm aumentado muito a sua notoriedade, mas já devíamos estar mais divulgados. Em muitos mercados nem conhecem Portugal.
Falta-nos uma imagem comum de prestigio para aumentar a nossa notoriedade comercial e tirar partido do enorme aumento de qualidade que os vinhos têm tido.
O que considera importante e esteja por fazer nos vinhos em Portugal?
No país vitícola falta terminar a sua reconversão, modernizando as Vinhas e tornando-as competitivas e com a qualidade que as ultimas experiencias têm revelado.
Na Enologia há um mundo novo de inovação a explorar com a utilização racional das castas portuguesas.
Na área comercial e de marketing importa aumentar a divulgação da sua imagem e das suas diversas alternativas.
Otimizar a marca Wines of Portugal e fazê-la conhecida no mundo dos consumidores.
por Mário Rodrigues
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