No Centro de Fotografia Georges Dussaud, em Bragança, está patente uma exposição de fotografia sobre a castanha. Invulgar exposição de um conhecido fotógrafo Francês, sobre um produto único que faz parte integrante da nossa cultura gastronómica.
As castanhas com o dobro do amido das batatas, são ricas em vitamina C e B6 e uma fonte de potássio, que nos rigorosos invernos já substituíram o pão e têm larga aplicação na cozinha sendo também uma importante fonte de rendimento nalgumas regiões transmontanas. Cozidas, assadas, integradas em pratos gastronómicos ou transformadas em farinha é um produto largamente popular, cuja utilização já remonta à pré-história.
“Em Lagomar (Bragança), ao virar de um caminho, escondido por um enorme castanheiro, surge uma mulher vestida de negro. Intrigados, parámos e ela dirige-se a nós com as mãos juntas em jeito de oferenda a transbordar de castanhas, gesto simbólico acompanhado por um sorriso de bondade. Foi assim que conhecemos Eugénia, mulher de uma forte presença, espontânea que erradia gentileza, toca-nos profundamente. Teremos muito prazer em voltar a vê-la”. É este o texto introdutório da exposição “O tempo das Castanhas” em terras de Bragança, de Cristine Dussaud mulher do conhecido fotógrafo.
Numa recente visita à Terra Fria tive o privilégio de conhecer o comissário desta exposição, Jorge da Costa, sendo também o comissário do Centro de Arte Contemporânea Graça Morais. Duas infraestruturas verdadeiramente impressionantes, cuja existência, dimensão e interesse me deixou surpreendido e impressionado, dado achar que poderiam ser bastante mais divulgadas e culturalmente rentabilizadas a nível nacional e internacional. Os esforços, motivação, interesse e dedicação do comissário Jorge da Costa não me deixaram indiferente.
“Dussaud compreende bem a essência da vida daqueles que vivem no campo, o pulsar da terra e da natureza onde, desde 1980, reiteradamente, imerge….” afirma o comissário Jorge da Costa sobre a referida exposição. “Cada imagem é, assim, uma evocação autêntica, factual e honesta desta convivência direta e afetiva, feita de gente anónima, de rostos e gestos, de lugares e atmosferas, de conversas e de refeições improvisadas, de cenas de trabalho”. Mais à frente afirma, explicando o objetivo de cada imagem “ De corpos curvados, homens, mulheres e crianças, famílias inteiras, entregam-se, entre o cansaço dos gestos e das posturas repetidas, à musica da tarefa, que é hoje fonte de maior rendimento de muitos transmontanos.(…)
“O tempo das Castanhas” em terras de Bragança, uma exposição a não perder até dia 31 de Maio com entrada gratuita.
O Centro de Fotografia Georges Dussaud e o Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, são algumas das entidades que englobam a Rota da Terra Fria Transmontana que abrange as regiões de Bragança, Vinhais, Vimioso, Mogadouro e Miranda do Douro
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por Mário Rodrigues
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