Assim que aprendeu a andar começou a envolver-se em todo o processo de produção de vinho, desde a colheita da uva até às lagaradas
Eduardo Miguel Cardeal Oliveira, natural de Vila Real, desde sempre esteve ligado ao mundo do vinho. Os seus pais são viticultores no Douro e assim que aprendeu a andar começou a envolver-se em todo o processo de produção de vinho, desde a colheita da uva até às lagaradas. Toda a “magia” que envolvia a produção de uva, o seu desenvolvimento ainda na vinha e a vindima em si, lhe despertava grande curiosidade. Acredita que tenha sido um dos motivos pelos quais seguiu a área da Enologia.
Qual o seu percurso profissional nesta área?
Trabalhei, ainda como estudante, em várias empresas de vinho do porto e em Trás-os-Montes onde efetivamente começou a minha atividade profissional, depois passei 3 anos na região dos vinhos verdes e em 2007 abracei o cargo de Diretor de Produção da Herdade da Calada.
Qual foi o seu maior desafio desde que teve início a sua atividade nesta área?
Em 10 anos já tive alguns desafios, para além de algumas vindimas difíceis em questões sanitárias e alguns vinhos especiais, o desafio que mais me deu prazer foi ter construído, aqui na Herdade da Calada, uma equipa capaz de vindimar de noite, projeto que inicialmente era impensável. Agora fazem-no com prazer e a qualidade da uva e do trabalho é imensuravelmente melhor refletindo-se na qualidade dos nossos vinhos.
Na sua opinião o que deveria ser alterado na postura de alguns dos restaurantes e hotéis relativamente ao serviço de vinhos?
Deviam investir mais na venda de vinho “a copo” e estimular um pouco mais uma bebida tão nobre e social como o vinho.
O que acha da evolução dos vinhos Portugueses em termos de penetração no mercado mundial?
Atualmente nota-se que é mais fácil dar a provar vinhos portugueses em comparação com alguns anos atrás, os clientes internacionais já nos reconhecem como um país que produz vinhos de qualidade, não só a granel e vinho do porto. Penso que estamos no bom caminho, muito embora tenhamos que vender mais o nosso azul, do mar e do céu, as nossas praias e o nosso turismo, só desta forma iremos conquistar a visibilidade e penetração em mercados internacionais que procuramos.
Que história, pelo absurdo e/ou interessante, tem desde que iniciou a sua atividade?
Pelo absurdo, tenho algumas garrafas de alguns vinhos enterradas pelo país, algumas desde a minha entrada para a Universidade, o interesse é perceber o que estará lá dentro quando um dia eu ou alguém as descobrir.
Qual o vinho que teve oportunidade de provar que mais o surpreendeu e de que país?
Gosto de ser surpreendido por vinhos antigos, normalmente portugueses, o ultimo foi um Bussaco branco de 1978.
Qual o restaurante que lhe proporcionou uma experiência inesquecível e porquê?
Flor de sal em Mirandela. A qualidade e a forma como trabalham os produtos da região. Apresentam produtos tão nobres como o azeite ou vinho deslumbrantemente e tendo sempre uma grande preocupação em harmonizar a gastronomia com o melhor vinho.
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