Desde tenra idade que conviveu com o vinho, pois os seus avós paternos e maternos eram produtores de vinho. Cresceu portanto no seio de uma família de vitivinicultores

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Mário Sérgio Alves Nuno, natural de Fogueira em Sangalhos, vitivinicultor e engarrafador desde tenra idade que conviveu com o vinho, pois os seus avós paternos e maternos eram produtores de vinho. Cresceu portanto no seio de uma família de vitivinicultores. Foi no entanto a partir dos 20 anos que começou a sonhar em dar rosto aos vinhos produzidos pelos seus pais e avós. Aos 23 anos tomou a decisão de se tornar vitivinicultor-engarrafador, iniciando assim a atividade.

Qual o seu percurso profissional nesta área?

Desde os meus 23 anos que estou ligado à Quinta das Bágeiras em regime de exclusividade, construindo conjuntamente com toda a minha família e passo a passo o projeto que é hoje.

Qual foi o seu maior desafio desde que teve início a sua atividade nesta área?

O maior desafio foi a comercialização, pois não havia na família nenhuma tradição comercial, somente agrícola.

Na sua opinião o que deveria ser alterado na postura de alguns dos restaurantes e hotéis relativamente ao serviço de vinhos?

A qualidade de serviço, onde a temperatura dos vinhos deveria ter capital importância e em muitos casos os preços deveriam de ser mais corretos.

O que acha da evolução dos vinhos Portugueses em termos de penetração no mercado mundial?

Cada vez existem mais referências aos vinhos portugueses no mercado mundial, penso no entanto que há ainda um grande caminho a percorrer, principalmente em termos de imagem. Só com a afirmação dessa imagem nos poderemos definitivamente implantar de forma consistente nesse mercado.

Que história, pelo absurdo e/ou interessante, tem desde que iniciou a sua atividade? 

Uma história que ficará para sempre na minha memória foi a produção do meu vinho tinto garrafeira 1995 1º prémio. 1995 foi o ano do meu casamento, decidimos casar a 9 de Setembro, partindo do principio que as vindimas iriam decorrer a partir do dia 15 – 20 como era habitual. Para nossa surpresa tivemos de vindimar as minhas melhores uvas de baga no dia 1 e retira-las do lagar no próprio dia do casamento. Como tinha de continuar com as vindimas, não fomos para lua de mel, mas sim para a adega pois o trabalho esperava-me. Talvez como prémio por esta dedicação á causa, este vinho foi eleito o melhor vinho do ano pela Confraria dos Enófilos da Bairrada, na altura prémio muito importante para a afirmação da Quinta das Bágeiras.

Qual o vinho que teve oportunidade de provar que mais o surpreendeu e de que país? 

Vinho tinto Caves São João 1961 (Portugal) e Champagne Salon 1996 (França)

Qual o restaurante que lhe proporcionou uma experiência inesquecível e porquê?

Restaurante Les Berceaux em Épernay (região de champagne) pela grande confeção de pratos à base de produtos típicos portugueses, mas especialmente a sua combinação com os meus vinhos e um irrepreensível serviço dos mesmos (entre outras coisas, temperaturas sempre no ponto).

por Mário Rodrigues