O produtor Soalheiro foi pioneiro na criação do vinho Alvarinho em Melgaço e continua a explorar novos territórios, apostando continuadamente na inovação, que lhes permite colocar no mercado vinhos elegantes, consistentes e únicos – Mário Rodrigues
Do vale para a montanha e agora em estreia mais perto do mar, o Soalheiro afirma a sua tradição de inovação e lança o seu primeiro Loureiro de influência atlântica no vale do rio Minho.
Integrada no vale da sub-região de Monção e Melgaço, a Quinta de Soalheiro dedica-se há mais de 40 anos à produção de vinhos Alvarinho, sempre com o intuito de promover e valorizar a expressão singular da casta no território que lhe dá origem.
Essa missão incessante faz-se também pela forma como, através da inovação, busca explorar a versatilidade da casta e o potencial da região na produção de brancos de elevada qualidade, e, com isso, alargar horizontes. E é desses novos horizontes que nascem os vinhos agora apresentados ao mercado.
O Soalheiro Granit 2020, não sendo um novo lançamento, já que segue um percurso consistente de cinco anos, resulta da aposta do Soalheiro na produção de Alvarinho de montanha, e que tem na Branda da Aveleira, vinha plantada mais de 1.100 metros acima do nível do mar, o cume da sua ambição. O objetivo é testar a elasticidade e resiliência da casta Alvarinho em altitude, antecipando a evolução das alterações climáticas e do impacto real nas vinhas e na produção de vinho.
No copo, o Granit 2020 revela o perfil mais mineral da casta Alvarinho, influenciado pela altitude, acima dos 300 metros, e pelos solos rochosos de origem granítica, dos quais herda o nome. À primazia da natureza une-se o primor da enologia, que através do recurso à bâtonnage e estágio em borras finas garante elegância e um final seco e persistente.
Desta visão sem fronteiras nasce também o Soalheiro Germinar Loureiro 2020, que representa um novo começo no percurso de inovação do Soalheiro. Primeiro, porque é feito à base de uma casta que até então era apenas conjugada em blend com Alvarinho. E porque, por outro lado, materializa a atitude exploratória do produtor, que o conduziu além do Monte do Faro, montanha que delimita e protege o vale da sub-região de Monção e Melgaço dos ventos marítimos.
Dois territórios de vinho, o do Alvarinho e o do Loureiro, divididos por uma montanha que permite (ao Loureiro) e fecha (ao Alvarinho) a influência atlântica. A vinha escolhida tem mais de 30 anos e está localizada numa pequena parcela que produz uvas de Loureiro em pouca quantidade, mas com um aroma floral muito particular, acidez vincada e uma concentração de sabores minerais distinta do habitual que o tornam muito gastronómico, sobretudo quando conjugado com peixe e marisco, mas também com a cozinha asiática e ceviches.
De salientar que este novo monocasta nasce como uma evolução do projeto social Germinar, promovido pelo Soalheiro em parceria com um viticultor de profissão e assistente social de formação, que aplica todos os seus conhecimentos na integração de pessoas com dificuldades no trabalho na vinha, de forma a promover a sua autoestima e o seu desenvolvimento cognitivo e profissional.
Se no mundo dos vinhos, as vinhas mais antigas são geralmente conhecidas por vinhas velhas, no Soalheiro, ganham o nome de “Primeiras Vinhas”, assinalando a aurora de um projeto familiar e um marco histórico para o território do Alvarinho.
Foi o ano da revolução e data também da plantação da primeira vinha contínua de Alvarinho em Melgaço. Em 1974, nascia a vinha Soalheiro, pela mão de João António Cerdeira e dos seu pais, movidos pelo sonho de produzir o primeiro Alvarinho com marca da região. Quase meio século depois, a família Cerdeira preserva a identidade e história da vinha, que dá origem a um dos seus vinhos mais icónicos, o Soalheiro Primeiras Vinhas.
Símbolo da vocação inovadora e irreverente do Soalheiro, o Primeiras Vinhas expressa a diversidade e identidade de um território demarcado pela natureza, que cria as condições ideais para a maturação das uvas Alvarinho, e enaltecido por gerações dedicadas à cultura do vinho. A vinha Soalheiro, centro da produção deste vinho, assume-se como motor da preservação da biodiversidade e do respeito pela história de cada videira. Uma herança genética que é preservada na adega, com uma enologia pouco interventiva, dedicada a salientar as características naturais da casta. As uvas fermentam em inox, com manutenção das borras finas, sendo que 15% do volume total fermenta em tonel e cascos usados de carvalho.
Elegante no aroma, revela na boca grande complexidade, corpo e frescura, o que convida a desfrutá-lo como aperitivo, saboreando em cada nota, os traços da identidade do produtor e da região de que é tão representativo. Também acompanha bem mariscos, pratos de peixe ou pratos de carnes de aves.
Luís Cerdeira, enólogo do Soalheiro, explica a aposta. “Já conhecemos a casta Loureiro deste 2007 e até à data tem sido utilizada no lote com o Alvarinho num dos vinhos mais acarinhados – o Soalheiro ALLO. Com este novo vinho de Vinhas Velhas, além de querer inovar e sair da nossa zona de conforto que é o Alvarinho, queremos valorizar um novo território para o Loureiro que, apesar de estar desde sempre ligado a esta casta através de um dos mais bem-sucedidos projetos de emparcelamento em Portugal, não tem sido associado à sua divulgação e afirmação a nível nacional e internacional.”
O enólogo afirma ainda sobre o Primeiras Vinhas, “este é mais um reconhecimento do potencial da sub-região Monção e Melgaço e da casta Alvarinho na produção de vinhos de qualidade e com potencial de guarda e, consequentemente, de maior valorização por parte do mercado. O Primeiras Vinhas é um vinho simbólico, porque não só representa o início de um sonho, como o alimenta, ano após ano, reforçando o nosso compromisso e resiliência na afirmação da casta Alvarinho e da sub-região de Monção e Melgaço a nível mundial”.
A mineralidade trazida pela montanha e pelos ares atlânticos tem um denominador comum, a elegância que sempre caracterizou os vinhos da primeira marca de Alvarinho de Melgaço. Iniciam-se novos ciclos no Soalheiro, em que a sabedoria do tempo e do lugar abre caminho à experimentação e à inovação e alarga horizontes ao potencial de diversificação e crescimento sustentável da região.
O Soalheiro Granit 2020 e o Soalheiro Germinar Loureiro 2020 têm respetivamente o PVP de 12, 00 € cada um, já Soalheiro Primeiras Vinhas 2020 de 16,00 €.
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