A Herdade Aldeia de Cima, projeto de Luisa Amorim na Serra do Mendro, apresenta ao mercado a nova colheita de 2018 da sua gama de quatro vinhos: os icónicos Alyantiju Tinto e o Alyantiju Branco, e dois reservas, o Herdade Aldeia de Cima Tinto e o Herdade Aldeia de Cima Branco
É no topo da Serra do Mendro, a 424 metros de altitude, que separa o Alto e o Baixo Alentejo, um corredor natural para os ventos do Atlântico, que são criados os vinhos da Herdade Aldeia de Cima apresentados ao mercado dois anos após a vindima, evidenciando uma enorme tipicidade de castas indígenas portuguesas e a complexidade de solos heterogéneos desta região do Alentejo, que produz vinho há mais de 2000 anos.
Com uma biodiversidade singular, as terras altas da Serra do Mendro são detentoras de uma mancha única de xisto proveniente do Maciço Antigo Ibérico. É aqui que vamos encontrar as quatro vinhas da Herdade Aldeia de Cima com um total de 32 microterroirs . Da inusitada Vinha dos Alfaiates – uma vinha plantada em patamares tradicionais na cota mais alta da serra, a fazer lembrar os socalcos do Douro vinhateiro – às Vinha da Aldeya, Vinha de Sant’Anna e Vinha da Família, plantadas no Planalto do Mendro, encontramos uma diversidade de 18 parcelas de vinha, onde os vinhos são inspirados no saber antigo, transmitindo uma mineralidade excecional dos solos esqueléticos de xisto e as texturas sedosas que a história nos contou e revelou neste Alentejo grandioso.
A morfologia desta paisagem, pouco suave, usufrui de um contexto invulgar com amplitudes térmicas que podem variar 20º C num só dia, partilhando assim semelhanças com outras regiões vinícolas bem distantes, como Rutherford ou To Kalon, em Napa Valley. Os resultados que podem ser testemunhados nesta prova da vindima de 2018 só são possíveis graças ao microclima ótimo das terras altas da Vidigueira e da influência do maior lago artificial da Europa, o Alqueva. Os dados obtidos na estação da Vinha dos Alfaiates na Serra do Mendro mostram que esta zona releva o duplo efeito Alqueva e altitude e, apesar da evolução dos registos meteorológicos com temperaturas parecidas a Portalegre (Serra de São Mamede), as temperaturas mínimas até são ligeiramente mais baixas. A junção de todos estes fatores é benéfica para vinhos de guarda. Os solos esqueléticos de xisto permitem gerir a temperatura durante a noite beneficiando a planta com as diferenças de amplitude térmica abrupta, reunindo deste modo as condições ótimas para perfilar vinhos mais frescos no Alentejo.
Em relação à vindima de 2018, que decorreu entre 12 de Setembro e 14 de Outubro, o ano foi particularmente atípico em relação a anos anteriores. Do ponto de vista climático, o inverno frio e seco adivinhava grandes constrangimentos na disponibilidade de água. Após um abrolhamento tardio, o surgimento da tão esperada chuva, no ínicio da Primavera, permitiu um desenvolvimento vegetativo rápido e uma boa recuperação da vinha. Mais tarde, já apenas com a qualidade como enfoque, a colheita proporcionou mostos de elevada qualidade e estrutura, potenciando ao mesmo tempo, vinhos de carácter fresco e elegantes.
É o caso do Reserva Branco 2018 que combina o terroir desta terra, influenciado pelo clima mais fresco e pela diversidade de solos esqueléticos. Elaborado a partir das castas Antão Vaz, Alvarinho e Arinto, apresenta, aromas fragantes de estrutura linear, alta densidade e uma cativante mineralidade. Num patamar superior, surge o Alyantiju Branco 2018, cuja conjugação das castas Antão Vaz e uma pequena parte de Alvarinho, fermentadas em barrica de carvalho francês, nos eleva para outro nível enológico. De aromas doces e especiados, marca com a sua densidade, foco e uma irresistível frescura que tão bem caracteriza esta região.
Em relação aos tintos, o Reserva Tinto 2018 a referência da identidade de um Alentejo esquecido. Com um lote de Trincadeira, Aragonês, Alfrocheiro e Alicante Bouschet, experimentado em elementos de estágio como Tinajas de Terracota, Anforas de Cocciopesto, Cubas de Cimento Nico Velo e Barricas de 500l, ousámos reproduzir o caracter desta região, que se expressa fresco, de estrutura linear e longo.
Por fim, o Alyantiju Tinto 2018, surge como a combinação única entre a sua origem e a sofisticação. Composto apenas por Alicante Bouschet, estagiado durante 12 meses em barricas de carvalho francês de 500l, a sua profundidade e densidade fazem nos crer que a sua personalidade forte e duradoura, não se esgotará!
Uma última palavra para a adega tão tradicional e ao estilo bem alentejano, marcada pelo encontro entre o passado e o futuro, proporciona uma enologia de intervenção mínima, onde se pretende evidenciar a heterogeneidade e o diferente carácter das micro parcelas, solos e castas. Definiu-se que a fermentação dos vinhos em balseiros de carvalho e em cubas de cimento Nico Velo seria essencial para projetar esta adega com capacidade para 100.000 garrafas e procurou-se a ancestralidade e a tradição na sala de estágio, encontrada nas pequenas tinajas de terracota, em que não existe uma peça igual à outra. As ânforas produzidas com pó cerâmico sobre uma estrutura de fibras naturais denominado cocciopesto equipamentos criam o luxo e a diferenciação na maturação dos vinhos 2018 agora lançados no mercado.
Para quem aprecia design, importa referir que a Herdade Aldeia de Cima, cuja imagem tem a assinatura do Studio Eduardo Aires, venceu recentemente os European Design Awards, um dos mais prestigiados prémios de design da Europa.
Reserva Branco 2018 tem o pvp de €15,20; Reserva Tinto 2018 de €15,20; Alyantiju Branco 2018 de €37 e Alyantiju Tinto 2018 de €59.
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