Já não é segredo que o ouriço-do-mar é umas das grandes iguarias gastronómicas da nossa costa. O que ainda não havia era um local que, por um lado, lhe prestasse a devida homenagem e, por outro, o aproximasse de quem o quer conhecer melhor. E provar, claro
Agora há. A primeira Ouriçaria nacional, em formato pop up, abre agora no Mercado Municipal da Ericeira e ficará até abril – os meses correspondentes à época dos ouriços. Assim, às quintas e sextas das 10h às 14h e sábados e domingos das 10h às 18 horas, na localidade cujo nome é já um hino ao ouriço, poderemos provar e aprender mais sobre este manjar do mar.
E o menu é uma festa de sabores. Além do Ouriço ao Natural (para consumir na hora ou levar), haverá Sopa de Ouriço e Algas, Salada de Ouriço com Raia e a Malga Jagoz (uma poke com peixe local do dia). Tudo acompanhado por vinhos de produtores da região: Adega Cooperativa da Azueira, Manz Wines e Quinta de Sant’Ana.
Mas, mais que provar, a Ouriçaria é a “casa do ouriço”, um espaço onde todos são bem-vindos para esclarecer dúvidas, onde se vão partilhar ideias, fazer casamentos mais ou menos improváveis entre o ouriço e outros produtos endógenos da região e onde é possível aprender – a abrir um ouriço, por exemplo.
Com o apoio do Município de Mafra, responsável pela divulgação e valorização desta delícia marinha através da realização anual do Festival Internacional do Ouriço-do-Mar desde 2015 (6.ª edição em 2020), o consultor gastronómico e amante do mar Nuno Nobre vê assim realizado mais um sonho. No âmbito do Festival, projeto Ouriceira Mar e com assinatura Acepipe (o seu novo projeto (ver em baixo) com o chef Luis Rodrigues) a Ouriçaria é o espaço que faltava para levar o caviar de Portugal às papilas gustativas de todos, portugueses e estrangeiros, que insistem na autenticidade e que fazem questão de se sentir integrados em projetos de impacto ambiental e sócio-económico.
E a Ouriçaria promete tornar-se lugar de romaria não apenas para os incondicionais do ouriço mas para todos para quem comer é também um ato lúdico e cultural.
Acepipe não é uma marca nem o nome de um espaço. É um conceito gastronómico, flexível e adaptável, que tanto pode ser servido dentro de uma carrinha de street food, numa festa de anos privada ou paralelamente a uma antestreia, congresso ou festa temática.
Onde ou como seja servido, a aposta em produtos locais e autênticos, “vestidos” de acordo com a ocasião, é uma certeza. Carne, peixe, doce ou salgado com influências nacionais ou internacionais, tudo pode ser Acepipe.
Os autores da ideia e mentores de toda a iniciativa são dois amigos de longa data com provas dadas no universo gastronómico português e não só.
Nuno Nobre. Consultor e empreendedor gastronómico, há mais de uma década que se dedica a recuperar e valorizar os produtos e sabores mais autênticos. Cria e promove projetos como o Festival Internacional do Ouriço-do-Mar, À Mesa com as Aldeias do Xisto, Endògenos, entre outros, e colabora com vários organismos internacionais – como é o caso das Nações Unidas – em temas fundamentais como a literacia alimentar e o turismo sustentável.
Luís Miguel Rodrigues. Cresceu com a cozinha tradicional portuguesa – é filho dos donos da famosa Tasquinha do Lagarto em Campolide – e trabalhou em espaços como o restaurante Nobre, Pestana Palace (no tempo do chef Aimé Barroyer), Bica do Sapato e Bastardo. Atualmente é o chef executivo da Pousada de Lisboa.
Uma paixão comum pela gastronomia autêntica, feita de sabores e produtos verdadeiros, que se vai traduzir num delicioso e competente Acepipe. Porque como afirmam os criadores do projeto, Acepipe pode ser tudo, “Do tremoço ao caviar, do bagaço ao champanhe”.
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