Dez anos, dez vinhos portugueses. Este foi o desafio lançado pela REVISTA DE VINHOS à mais influente jornalista e “Master of Wine” do mundo. E as referências que mais impressionaram Jancis Robinson na última década já são conhecidas.
Douro é a região em destaque, com quatro referências: Barca Velha 1999 (o mítico tinto da Casa Ferreirinha, produzido no Douro Superior), Poeira 2011 (um blend de Vinhas Velhas, com assinatura de Jorge Moreira), Quinta do Crasto Vinha Maria Teresa 2005 (proveniente em exclusivo da vinha centenária Maria Teresa, cultivada a cotas extremamente baixas) e Niepoort Batuta 2007 (com assinatura de Dirk Niepoort, um dos grandes nomes do vinho português, tem como base a vinha do Carril, com mais de 70 anos).
Do Alentejo, consta na lista de eleitos Espaço Rural Bojador Vinho de Talha 2015 (um tinto composto da Trincadeira); da Bairrada, Luis Pato Vinha Barrosa 2005 (proveniente de uma vinha velha com mais de 90 anos, da freguesia de Aguim); do Dão, Quinta dos Roques 2007 (um tinto produzido entre Mangualde e Nelas). Por fim, da região dos Vinhos Verdes, Soalheiro Primeiras Vinhas 2016 (um Alvarinho elaborado em Melgaço, a partir de uvas colhidas manualmente em vinhas com mais de 40 anos).
No campo dos fortificados, um Vinho do Porto faz parte dos escolhidos de Jancis Robinson: Graham’s Single Harvest Tawny Port 1972 (com assinatura da família Symington, produtores de Vinho do Porto desde o século XIX). A representar o Vinho Madeira, Barbeito Ribeiro Real Tinta Negra Lote 1 20 Years (produzido nas vinhas do Ribeiro Real, que se espalham pela costa sul da ilha, a uma cota de 200 metros de altitude).
Jancis Robinson esteve, esta segunda-feira, em Lisboa para uma conferência exclusiva que contou com a presença de mais de centena e meia de convidados, especialmente profissionais do setor e líderes de opinião, e onde voltou a centrar a atenção internacional nos vinhos portugueses. O grande progresso das referências nacionais na última década e a grande capacidade de envelhecimento, tanto dos tintos como dos brancos – bastante patente na seleção dos 10 vinhos mais marcantes – foram alguns dos destaques do discurso. A britânica – que conta um percurso de mais de 40 anos, onde se inclui consultoria para a adega da rainha Isabel II e autoria de algumas das mais aclamadas publicações sobre vinho, como o “The World Atlas of Wine”, já na 7ª edição – é responsável por posicionar os vinhos tintos portugueses de 1999 a 2012 no pódio mundial em termos de pontuações médias gerais, conforme artigo escrito no conceituado “Financial Times”, onde é colunista.
As tendências e perspetivas para o setor foram os outros temas em cima da mesa, na conferência que contou ainda com a participação de Adrian Bridge (diretor-geral do grupo The Fladgate Partnership, que recentemente anunciou o projeto “The World of Wine”, estimado em cerca de 100 milhões de euros, para surgir até ao verão de 2020, em V.N. Gaia), Alexandre Lalas (jornalista, formador e crítico de vinhos do Rio de Janeiro, que é também um especialista acerca do fenómeno crescente dos chamados “vinhos naturais”) e António Graça (investigador dedicado à viticultura, com trabalho profundo e amplamente reconhecido acerca da diversidade, preservação e potenciação de castas).
Nesta conferência foi também desvendado o programa da 18ª edição do “Encontro com Vinhos” e “Encontro com Sabores”, que se realizará de 10 a 13 de novembro, no Centro de Congressos de Lisboa, na Junqueira, com assinatura da Revista de Vinhos.
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