Aproveitando o decorrer da iniciativa de associar cinco regiões da zona centro do país, juntando sinergias no sentido de potenciar um território, as regiões e respetivos produtores, selecionei três vinhos de cada região para prova, elegendo um, que serviu para a criação de uma foto que representasse modestamente um pouco a imagem desta invulgar ação
Sobre o lema “Denominações de origem do centro” – Um projeto com futuro – as cinco regiões de Lisboa, Dão, Bairrada, Beira Interior e Tejo uniram esforços no sentido de criarem dimensão pensando no mercado nacional e internacional.
Em evento realizado na Quinta das Lágrimas, em Coimbra, foi apresentada esta iniciativa que reuniu um consenso alargado no setor do vinho, autarquias e turismo. A apresentação coube a Vasco d’Avillez, atual presidente da direção da CVR Lisboa – Comissão Vitivinícola da Região de Lisboa.
Para esta iniciativa, as cinco regiões foram convidadas pela CCDR-C (Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro) a apresentar alguns vinhos – os premiados de cada região nos concursos respetivos – que foram apreciados por todos os convidados no fim da conferência de imprensa. Deste leque de vinhos selecionei três que foram por mim degustados, solicitando ao fotógrafo Pedro do Canto Brum que me acompanhasse nesta rápida prova, dando também a sua opinião na perspetiva de consumidor. Destes três selecionámos um de cada região.
Da região de Lisboa a seleção recaiu sobre o Confidencial tinto de 2014 da Casa Santos Lima. Um vinho cativante com aromas de frutos vermelhos. Na boca o equilíbrio da fruta madura, elegância da madeira, acidez e alguma complexidade torna-o num vinho aveludado e saboroso. Acompanha bem pratos de carnes com alguma personalidade.
A escolha do segundo recaiu num branco do Dão da Sociedade Agrícola Boas Quintas, especialmente criado para a comemoração do 25º Aniversário – o Fonte do Ouro branco encruzado de 2015. Estagiado em barricas novas, elegante, com aromas de frutos brancos. A mineralidade e o amanteigado da madeira bem integrada conjugam-se numa complexidade rica e prolongada. Acompanha bem pratos mais consistentes de peixes.
O terceiro vinho selecionado foi um tinto baga grande reserva gold edition de 2009 da Bairrada – o Foral de Cantanhede – produzido pela Adega Cooperativa de Cantanhede. Complexo e distinto, é um vinho cheio de personalidade e muito expressivo com bom final de boca. Harmoniza com pratos bem intensos.
Da Beira Interior o Quinta dos Termos foi o selecionado. Um branco reserva de 2015 produzido pela Quinta dos Termos, que provém da rara casta Fonte Cal, caraterística desta região. É um vinho com alguma exuberância, intensidade, frescura e de um cítrico equilibrado. Acompanha bons pratos de bacalhau e peixes onde o azeite esteja presente.
Por fim, temos o Mythos tinto 2013, do Casal da Coelheira da região do Tejo. É um tinto apenas produzido em anos de grande qualidade, a partir de vinhas velhas. Com estágio em barricas de carvalho (francês 80% e americano 20%), é um vinho concentrado, intenso, frutos vermelhos maduros evidentes com grande exuberância e personalidade, sendo um vinho que transmite clara longevidade. Acompanha bem pratos intensos de caça ou borrego.
Esta foi uma seleção que mostra a elevada qualidade de vinhos produzidos nestas cinco regiões, transmitindo o enorme potencial de produção deste precioso néctar neste território, o que esteve em evidência durante esta apresentação. Aqui não foram englobados os espumantes, que como é sabido, têm uma enorme expressão e potencialidade nalgumas destas regiões.
texto Mário Rodrigues
edição Rita Lisboa
fotografia de Pedro do Canto Brum
produção imagem Alivetaste/Pedro do Canto Brum
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