O vinho espumante nacional, embora tenha vindo a crescer nas últimas campanhas, ainda representa menos de 0,6 % do total de vinho produzido em Portugal, segundo um importante estudo sobre o espumante português, que surge como o primeiro exemplo de um trabalho conjunto entre o IVV e a VINIPORTUGAL.
Com o objetivo de constituir uma ferramenta de apoio às estratégias e planos de marketing dos operadores do sector do vinho, o IVV e a VINIPORTUGAL têm, de forma articulada, procurado contribuir para a produção de informação estatística e qualitativa sobre os mercados, quer doméstico, quer na exportação. O presente estudo sobre o espumante português surge como o primeiro exemplo de um trabalho conjunto entre o IVV e a VINIPORTUGAL.
Por espumante entende-se um vinho obtido através da segunda fermentação do vinho em garrafa ou pela fermentação numa cuba fechada, conseguida pela adição de leveduras fazendo com que este tipo de vinho possua um nível significativo de dióxido de carbono. No comércio externo, esta categoria é identificada pelo código de nomenclatura aduaneira 2204.10, do Sistema Harmonizado de Designação e Codificação de Mercadorias.
Em 2013, a produção de vinho espumante no mundo atingiu o seu máximo desde 2002, estabelecendo-se nos 17,6 milhões de hl. Esta produção concentra-se maioritariamente em França, Itália, Alemanha e Espanha e que, juntos, revelam 63% do total mundial e também 87% do valor total de exportações de espumantes no mundo.
Em Portugal, a produção de vinho espumante de 2003/04 para 2014/15 cresceu 324%, fixando-se nesta última campanha nos 37,4 mil hl, sendo mais de 75% espumante branco. As regiões de produção mais representativas são a Bairrada, Távora-Varosa, Península de Setúbal e Dão. Estima-se também que o consumo de vinho espumante per capita em Portugal seja de 0,34 litros, quando o consumo de vinho tranquilo é de 41 litros por habitante. As vendas de espumante no mercado nacional aumentaram desde 2000 – 15,6% em valor – estabelecendo-se nos 106 milhões euros em 2014. Excluindo Champagne e Cava, as vendas de outros espumantes (maioritariamente espumantes nacionais) foram de 80 milhões euros no mesmo ano, sendo o retalho especializado o principal canal de comercialização na venda de vinhos deste segmento.
Em 10 anos (2004-2014), as exportações de vinho espumante no mundo cresceram 107% em volume e 72% em valor, fixando-se no último ano nos 754 milhões de litros, no valor de 4,6 mil milhões de euros. Em valor, as exportações de Champagne representam 52% do total exportado, pelo que a França é o maior exportador de espumantes a nível mundial, seguindo-se Itália e Espanha. Em sentido inverso, Reino Unido, EUA e Alemanha são os maiores importadores a nível mundial.
Portugal é o 18º maior exportador e o 29º importador, em valor, de vinhos espumantes a nível mundial. Apesar da crescente produção de vinho espumante português, o Champagne é ainda o segmento de espumante mais representativo no comércio externo, visto representar 56% do valor total de importações de 61% das exportações. Além disso, Portugal importa mais espumante do que aquele que exporta. Face a 2004, as exportações de espumante português (certificado e não certificado) aumentaram 229% em volume e 234% em valor, sendo Angola, França e Brasil os seus principais destinos.
Trabalho realizado em conjunto por Telma Machado do Instituto da Vinha e do Vinho, IP, Ricardo Freitas da VINIPORTUGAL e apresentado no Fórum Vinhos de Portugal.
Estudo completo disponível nas páginas online do IVV e da ViniPortugal
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