Portugal investiga efeito do agrião de água no tratamento do cancro em ensaio clínico com 200 mulheres com cancro da mama
País lidera estudo que avaliará papel da ingestão diária do agrião de água na proteção das células saudáveis durante os tratamentos de radioterapia. Poderá o agrião de água ser uma nova terapia adjuvante no tratamento do cancro? Esta possibilidade levou a Vitacress, multinacional portuguesa de saladas, a lançar um desafio à Unidade de Nutrição e Metabolismo (Maria Ermelinda Camilo Lab) do Instituto de Medicina Molecular (IMM) da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, a Laboratório de Nutrição da mesma faculdade, a Serviço de Radioterapia do Hospital Universitário de Santa Maria-CHLN e à Universidade de Reading, em Inglaterra. Com o objetivo de explorar a resposta à questão, será realizado um ensaio clínico randomizado controlado no âmbito da nutrição em oncologia e que visa explorar os efeitos de dietas fortificadas com agrião de água, alimento naturalmente rico em nutracêuticos e substâncias moduladoras da atividade celular e metabólica no organismo. O estudo avaliará, em 200 mulheres adultas com cancro da mama submetidas a radioterapia com intenção curativa, o efeito de uma intervenção nutricional fortificada com agrião de água (dose diária de 100 gramas), sobre a doença e efeitos dos tratamentos, por comparação com um grupo de controlo de doentes que irá manter a sua dieta ad libitum. As pacientes receberão instruções detalhadas, incluindo diferentes formas sobre como preparar e ingerir o agrião sem que este perca as suas propriedades nutricionais. Serão ainda instruídas a registar diariamente o modo como o preparam e serão monitorizadas semanalmente durante o tratamento para avaliação do cumprimento das recomendações. O agrião fresco será entregue pela Vitacress no hospital três vezes por semana. Será dado em mão às doentes pela investigadora do ensaio, que controla assim a quantidade distribuída.
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