O meu pai era produtor de vinho, embora fosse apenas um pequeno produtor, toda a sua vida se esforçou para ter o “melhor” vinho da zona, de uvas que ele produzia, numa vinha velha plantada pelo meu avô.
por Mário Rodrigues
Graça Gonçalves, natural de Bragança, actualmente e desde 2005 a trabalhar na Quinta do Monte d’Oiro, de José Bento dos Santos. Esteve 8 anos na Escola Superior Agrária de Santarém, onde leccionou, teve uma passagem rápida pela Adega Cooperativa de Arruda dos Vinhos em 1996, desenvolveu trabalho de investigação no Instituto Superior de Agronomia e teve o primeiro estágio de vindima em 1994 na Quinta da Romeira, em Bucelas, com o Engº Nuno Cancela de Abreu
Como e quando despertou para o mundo do vinho?
O meu pai era produtor de vinho, embora fosse apenas um pequeno produtor, toda a sua vida se esforçou para ter o “melhor” vinho da zona, de uvas que ele produzia, numa vinha velha plantada pelo meu avô. No entanto foi só no Instituto Superior de Agronomia, enquanto aluna da licenciatura de Engª Agro-Industrial (hoje Engª Alimentar), aí pelo 3º ano, quando começaram a ser leccionadas as disciplinas tecnológicas, que a “Tecnologia do Vinho” captou mais o meu interesse. Juntando algum mérito dos meu excelentes professores, percebi que era ali que a criatividade e a intervenção humana eram mais determinantes.
Qual foi o seu maior desafio desde que teve início a sua atividade nesta área?
Sem dúvida, assumir a responsabilidade técnica da Quinta do Monte d’Oiro, em 2006. Foi o maior e o melhor.
Que história, pelo absurdo e/ou interessante, tem desde que iniciou a sua atividade?
Não tenho propriamente histórias absurdas ou interessantes. Mas talvez possa partilhar uma que se passou, já a trabalhar na Quinta do Monte d’Oiro, quando recebi um vendedor que me tentou vender um meio de cultura para detectar leveduras em vinhos. Fiz as perguntas necessárias, às quais ele respondeu com prontidão e entusiasmo. O meu último comentário foi dizer-lhe que ele estava muito bem preparado para vender o meio, mas que eu já o conhecia muito bem, pois fui uma das autoras (juntamente com o Prof Virgílio Loureiro, meu orientador na tese de mestrado, e o meu colega Nuno Rodrigues, da Soc. Agrícola do Tramagal, que continuou o trabalho iniciado por mim). Ele de facto conhecia bem o meio, só não conhecia os autores…
Qual o melhor vinho que já teve oportunidade de provar e de que país?
É difícil escolher um, mas cá vai: La Tâche, da Borgonha, França.
Qual o restaurante que lhe proporcionou uma experiência inesquecível e porquê?
Plaza Athénnée, do Alain Ducasse, em Paris, porque além de ter sido uma refeição extraordinária, foi uma surpresa maravilhosa que me fizeram no dia do meu aniversário.
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