Há pouco menos de um ano, a Quinta da Lagoalva – propriedade de 1193, atualmente pertença da família Holstein Campilho e uma das maiores e mais antigas da região dos Vinhos do Tejo – começava a desvendar a aposta que fez no restyling da marca e a identidade dos seus rótulos vínico
Faltavam apenas três referências para a revelação global, sendo que é chegada a hora de ver no mercado os dois monocastas tintos – Quinta da Lagoalva Grande Reserva Alfrocheiro 2021 e Quinta da Lagoalva Grande Reserva Syrah 2020 – e o Dona Isabel Juliana Grande Reserva branco 2022. Neste que é um lançamento de novas colheitas, somam-se o Quinta da Lagoalva Grande Reserva Fernão Pires 2022 e o Dona Isabel Juliana Grande Reserva tinto 2021. Um quinteto de vinhos que em comum têm o designativo Grande Reserva.
A segunda edição do Quinta da Lagoalva Grande Reserva Fernão Pires branco 2022 segue os mesmos preceitos da estreia, com origem em uvas de uma vinha com mais de 70 anos, vindimadas à mão. O mosto resulta da prensagem dos cachos inteiros, com 24 horas de decantação e fermentação a 18.ºC, em barricas de carvalho francês de 500L; as mesmas onde o vinho estagia durante 10 meses, com bâttonage semanal durante dois meses. Com uma cor amarela-dourado, esta segunda colheita do Fernão Pires da Quinta da Lagoalva releva um aroma complexo, com notas cítricas, florais e a frutos secos, associadas à elegância da baunilha e notas especiadas, provenientes da barrica. Na boca, é equilibrado, com frescura, untuosidade e persistência. Deve ser servido a 13.ºC, na companhia de carnes grelhadas, peixes, mariscos ou queijos de pasta mole.
Poucos sabem, mas a Quinta da Lagoalva tem a mais antiga vinha de Syrah do país, a completar quatro décadas este ano. Uma casta internacional que a família Campilho quis trazer e experimentar na região, por ser um ex-libris internacional e importante selling point nos mercados externos. Embora a vinha date de 1984, a primeira colheita em monovarietal com a casta inscrita no rótulo é de 1997, sendo que o Quinta da Lagoalva Grande Reserva Syrah só é lançado em anos de qualidade excecional. No que toca à vinificação, após três dias de maceração pré-fermentativa, a fermentação alcoólica ocorreu em lagares de inox, a 24.ºC. As massas foram prensadas em prensa hidráulica e a fermentação maloláctica ocorreu em barricas (novas e de segundo ano) de carvalho francês, onde estagiou 14 meses. Esta nova colheita, de 2021, revela um tinto de cor granada e aroma intenso. No nariz, notas de especiarias, fruta preta madura e tabaco. Na boca, tem taninos, elegantes e a conferirem profundidade e final longo.
Com origem numa vinha com cerca de 50 anos, plantada pós-25 de abril, aquando do início da “revolução de castas” nesta casa, as uvas que dão origem ao Quinta da Lagoalva Grande Reserva Alfrocheiro tinto 2021 são produzidas em regime biológico – sendo que esta referência passará a enveredar oficialmente essa menção a partir da colheita de 2023; o mesmo vinho, mas com menção a biológico no rótulo –, o que permite uma monda natural (ideal para reduzir a quantidade produtiva), seguida de uma vindima feita à mão e de um processo de vinificação igual ao do já descrito no Syrah. Na boca, o Alfrocheiro tem profundidade, taninos vibrantes e um final de boca longo. Ideal para pratos de forno, carne de caça e queijos curados.
Dos três Grande Reserva em regime de monocasta passamos para os Dona Isabel Juliana, um branco e tinto sob a égide da marca topo de gama da Quinta da Lagoalva, numa merecida homenagem à matriarca da família. O Dona Isabel Juliana Grande Reserva branco 2022 assinala a terceira colheita desta referência, sendo que a primeira foi a de 2018 e a segunda de 2019. Este vinho resulta de uma simbiose entre as castas Alvarinho (40%), Viosinho (40%) e Fernão Pires (20%), provenientes de vinhas instaladas em solo de aluvião na Lezíria do Tejo, sendo vindimadas manualmente no final de Agosto. A vinificação é feita em separado, com o lote a ser feito no final da vinificação. Um vinho que resulta da prensagem dos cachos inteiros, feita em prensa pneumática. O mosto é fermentado a 18.ºC, em barricas de carvalho francês de 500L. Terminada a fermentação, o vinho estagia 10 meses nas mesmas barricas, com bâttonage semanal durante 2 meses. Com cor amarelo-pálido e aroma complexo a fruta branca, tem notas de pêra e aroma tropical, associadas à elegância da baunilha proveniente da madeira. Na boca é volumoso, fresco e equilibrado.
O Dona Isabel Juliana Grande Reserva tinto 2021 é a quinta edição, depois da estreia em 2009 e das colheitas de 2013, 2015 e 2017, sempre com a mesma tríade de castas, em igual percentagem de Alfrocheiro e Touriga Franca e 20% de Touriga Nacional, vindimadas à mão durante o mês de setembro. Após três dias de maceração, a fermentação alcoólica ocorreu em lagares de inox, a 26.ºC. Seguiu-se a prensagem (hidráulica) das massas e a fermentação maloláctica, feita em barricas de carvalho francês novas e de segundo ano, onde estagiou durante 14 meses. Estamos perante um tinto de cor granada intensa e um aroma complexo a frutos pretos maduros, compota e baunilha. Na boca tem bom volume, os taninos são elegantes, terminando longo e persistente.
Quinta da Lagoalva Grande Reserva Fernão Pires branco 2022 (1242 garrafas)
PVPR: €29,90 • Alc.: 12,73% • Acidez Total: 6,03 g/L • Açúcar Residual: 0,6 g/L • pH: 3,24
Quinta da Lagoalva Grande Reserva Syrah tinto 2020 (1095 garrafas)
PVPR: €29,90 • Alc.:13,07% • Acidez Total: 6,51 g/L • Açúcar Residual: 0,8 g/L • pH: 3,34
Quinta da Lagoalva Grande Reserva Alfrocheiro tinto 2021 (1405 garrafas)
PVPR: €29,90 • Alc.:12,54% • Acidez Total: 6,18 g/L • Açúcar Residual: 0,6 g/L • pH: 3,26
Dona Isabel Juliana Grande Reserva branco 2022 (1371 garrafas)
PVPR: €35,90 • Alc.:12,00% • Acidez Total: 5,95 g/L • Açúcar Residual: 0,6 g/L • pH: 3,17
Dona Isabel Juliana Grande Reserva tinto 2021 (1635 garrafas 750mL, 205 de 1,5L e 24 de 9L)
PVPR: €35,90 • Alc.:13,06% • Acidez Total: 6,63 g/L • Açúcar Residual: 0,6 g/L • pH: 3,16
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