Luís Cerdeira criou com o filho Manuel Cerdeira, uma nova empresa produtora de vinhos, na região do Vinho Verde, com produção em duas sub-regiões, Monção – Melgaço, com o Vinevinu – projeto Montanha, e no Ave com o Vinevinu – projeto Mar
O Vinevinu – adega do Mar, localizado na sub-região do Ave, em Requião, Vila Nova de Famalicão, possui capacidade de engarrafamento e apresenta um blend de castas com destaque para o Alvarinho (cerca de 50%), complementado por Maria Gomes e Arinto. Esta adega conta com cerca de 17 hectares de vinha velha e 21 hectares de Alvarinho em fase de plantação. Os solos, com uma influência de argila entre 15% e 19%, são mais férteis e promovem taninos mais suaves, com um equilíbrio de acidez ideal. As amplitudes térmicas são menores, oferecendo condições excecionais para a produção de vinhos de qualidade numa sub-região ainda pouco explorada.
Já o Vinevinu – adega da Montanha, atualmente em construção na sub-região de Monção-Melgaço, será dedicado exclusivamente à produção de Alvarinho, com 3 hectares de vinha. Os solos desta região, situados em encostas de montanha, são mais pobres, com menor presença de argila (cerca de 8%) e mais arenosos. Luís Cerdeira já demonstrou ao longo de quase três dezenas de anos a sua mestria em trabalhar a casta Alvarinho nesta sub-região.
A enologia, a descoberta e a inovação são comuns aos dois projetos, com vinhos que passam por estágios mistos em inox e 10% em foudre (grandes barris de madeira), o que permite uma interação mais suave entre o vinho e a madeira, resultando em características organolépticas únicas.
O enoturismo é também uma aposta forte, disponível apenas mediante reserva. A experiência é conduzida por Carolina Osório que inclui a gastronomia do chef Álvaro Costa, cuja aposta na cozinha tradicional e de conforto é sobejamente conhecida.
A importante área da enologia é da responsabilidade do veterano Luís Cerdeira (Soalheiro) em equipa com a nova geração, o filho Manuel Cerdeira, com formação e prática na universidade em Brighton no Reino Unido e também já ali pioneiro num projeto internacional.
De realçar que já saiu a primeira produção, o gastronómico Almanua 2024, da adega Mar, com 50.000 grfs, existindo aqui uma capacidade de engarrafamento de cerca de 100.000 grfs, nas imponentes instalações vínicas da Casa de Compostela, com quem foi firmado um acordo por 20 anos. Já da adega da Montanha, o primeiro vinho, denominado Génese, será lançado em março.
Um “novo” produtor que já está a marcar a região do Vinho Verde e que mostra a versatilidade do setor vínico.
Artigo de Mário Rodrigues
Edição de Ana Cristina Silva
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