Pelas mãos do chef Duarte Eira foi lançada a nova carta para os meses acolhedores que se aproximam, conjugando o mar e a memória identitária da região com sabores da terra, desde os cogumelos aos milhos de Chaves

Tal como já tenho referido e volto a afirmar, continuo a ficar surpreendido sempre que visito o Salpoente, pela inovação e evolução dos sabores e texturas, envolvendo os produtos típicos da região. Deparamo-nos com um trabalho consistente que tem criado raízes e solidificado a sua posição enogastronómica a nível nacional e internacional, numa cidade há séculos conhecida como a terra do sal e do peixe.

De origem transmontana, o chef Duarte Eira e a sua equipa trabalharam na criação de uma carta repleta de sabor e texturas, onde a técnica simples, mas eficaz, é deveras cativante. Destacam-se pratos como o Tataki de atum, sanduiche de pezinhos e berbigão, bacalhau, cogumelos e avelã, e uns inesquecíveis milhos de Chaves que com imenso prazer e orgulho trouxe das suas origens para a carta, criando um mix muito interessante entre a cozinha de autor e um prato tradicional servido em pote de ferro, que nos transporta ao tempo das nossas avós. A sobremesa, elaborada com banana como ingrediente principal, acompanhada com amendoim e massa filo é uma verdadeira criação inspirada.

Os vinhos Louvado, desconhecidos para mim até então, foram apresentados e harmonizados com a gastronomia servida. Vale a pena realçar o Louvado Douro tinto grande reserva de 2015, que acompanhou os Milhos de Chaves de maneira excecional.

Uma visita ao Salpoente é uma experiência que vale a pena, onde nos acolhem num espaço de conforto e desfrutamos de uma cozinha reconfortante.

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Artigo de Mário Rodrigues
Edição de Ana Cristina Silva