A Rota do Azeite é a nova proposta turística da Beira Baixa que reúne uma mão cheia de ofertas identitárias e únicas que têm o azeite como fio condutor

As paisagens, o património, a história e os sabores são as raízes desta Rota que traz um conjunto de experiências para viver e sentir este território tão especial. O roteiro tem uma experiência de três dias e junta, depois, um conjunto de outras sugestões. Para fazer sozinho, com amigos, com a cara metade ou em família, esta é a proposta ideal para uns dias bem passados. Um convite irrecusável para mergulhar na Beira Baixa e descobrir a alma deste território inigualável composto por seis municípios – Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Oleiros, Penamacor, Proença-a-Nova- e Vila Velha de Ródão, que comungam a generosidade e o bem receber.

Em cada encosta, em cada paisagem, lá estão elas. As belas oliveiras perdem-se até ao horizonte e dão à Beira Baixa uma magia especial. O vento traz nas suas asas o frio e nascem as azeitonas que enfeitam cada uma das árvores, trazendo novos versos e rimas. À poesia junta-se o doce e suave azeite cujo sabor, que lhe confere a galega, variante predominante no território, é inconfundível. O “ouro” da Beira Baixa é testemunha de histórias e tradições, de mãos e de rostos… memórias que podem ser revisitadas nos dias de hoje.

A primeira paragem é Penamacor. Aproveitamos a brisa da manhã e alinhamos na experiência turística dinamizada pela Beir’Aja. Aqui arregaçamos as mãos e damos nós os passos para produzir o nobre azeite. Colhemos as azeitonas e corremos ao ar livre por entre oliveiras centenárias. As azeitonas levamo-las para um lagar tradicional que ainda labora e percorremos o caminho, passo a passo. No ar o cheiro a azeite abre o apetite e é em alta que termina esta experiência, com a recriação de uma tiborna. Enquanto ouvimos as memórias e lendas de pais e avós escrevemos as nossas.

Seguimos para a Idanha-a-Nova onde são as árvores que nos contam a história. O passeio é conduzido pela Egitânia. Aí palmilhamos o olival com árvores espaçadas a perder de vista. Há por cá, oliveiras centenárias, outras milenares, como é o caso da que mora na aldeia histórica de Idanha-a-Velha, com mais de 1.600 anos. Aí, depois de um agradável passeio, encontramos um lagar de varas do XIX e ficamos a conhecer de perto o passado que trouxe o azeite aos dias de hoje.

No segundo dia a aventura começa em Castelo Branco e não há melhor maneira de começar o dia do que com um passeio no meio da natureza. Seguindo a temática do azeite, há três trilhos a não perder: a Rota dos Lagares (PR7), a Rota dos Olivais (PR12) ou a Rota do Olival em Malpica do Tejo. Os percursos, os olivais carregados de azeitonas e os lagares antigos vão reter toda a atenção. Aqui, atrevemo-nos a imergir num mundo de maravilhas, no qual o silêncio é só interrompido pelo chilrear dos pássaros ou da água a correr da ribeira de Almaceda ou do rio Ocreza, consoante a escolha.

A tarde dedicamos a Vila Velha de Ródão. Aqui, a paragem obrigatória é o Lagar de Varas do Enxarrique, onde podemos testemunhar as fases históricas do fabrico de azeite. É fácil surpreendermo-nos com as curiosidades por detrás dos artefactos deste espaço museológico. Depois, seguimos a ribeira até à foz, no rio Tejo, por uns agradáveis passadiços. Atravessamos a ponte e seguimos até ao recinto da Senhora da Alagada, aí encontramos oliveiras monumentais, com mais de 700 anos. Reza a lenda que a Virgem apareceu no interior do tronco de uma oliveira. A imagem foi trazida pelas águas do rio Tejo, durante uma cheia. Por três vezes a imagem foi levada para a Igreja de Vila Velha de Ródão e sempre voltava ao tronco da Oliveira, até que cumpriram o desejo da Senhora e ergueram a capela em sua honra.

Rumo a Oleiros, para um terceiro dia inesquecível desvendamos a herança da Casa Fernandes. Começamos na Casa Elvira, com mais de 30 hectares exclusivos de oliveiras da variedade galega. Seguimos para o lagar que tem mais de 60 anos. A tradição continua viva, de mãos dadas com a inovação para garantir uma qualidade excecional. Aqui, ainda há capachos e prensas e a dedicação do mestre lagareiro, que tão bem sabe vestir o papel de contador de histórias. No final, uma prova de azeites que nos remete para os sabores da infância. Sabe a saberes e memória, sabe a Beira Baixa.

E para terminar uma experiência bem diferente. Ideal para todos os que são curiosos e perfeita para fazer em família. Em Proença-a-Nova o conhecimento chega de forma bem divertida e interativa… No Centro Ciência Viva há muitas experiências para descobrir e, como não podia deixar de ser, o azeite é também rei e senhor do laboratório. Vamos vê-lo à lupa e explorar cada uma das suas propriedades. “A água e o azeite não se misturam” o ditado é antigo e está na ponte da língua, mas sabemos porquê? Porque é que “o azeite vem sempre ao de cima”? Será magia? Aqui vamos encontrar todas as respostas.

Entre cada aventura que sugerimos, deixe-se ficar. Contemple as paisagens sem pressa, viaje no tempo e regresse para provar os melhores sabores. À mesa, o melhor dos temperos: o azeite. Só e simplesmente molhado no pão, mais elaborado numa tiborna, ou lagarada, receitas que trazem os aromas e as estórias do lagar, já que, tradicionalmente, eram comidos no final de um dia de trabalho e era assim que provavam o azeite novo. Esta experiência ainda pode ser feita em alguns locais da Beira Baixa e são recriadas em vários restaurantes do território.

Mas há mais muito mais para descobrir na Beira Baixa. Para além da experiência de três dias, o roteiro dá a conhecer os pratos mais tradicionais, os restaurantes onde podem ser degustados, onde pode ser comprado este azeite único e outras experiências complementares para que o turista possa desenhar o roteiro à sua medida, escolhendo e marcando as experiências que mais gostar.

Esta ação enquadra-se no Projeto Produtos Turísticos Integrados de Base Intermunicipal, desenvolvido pela Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa, em parceria com o Turismo Centro de Portugal, cofinanciado pelo Centro 2020, Portugal 2020e União Europeia através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.