O famoso Festival Internacional do Ouriço-do-Mar, uma das bandeiras da vila da Ericeira, cresceu ao longo dos já vários anos – sendo esta a 5ª edição – agora um projeto mais abrangente e ambicioso que vai transformar a Ericeira num centro privilegiado de debate e experimentação

4º Festival do Ouriço do Mar da Ericeira. Fotografia de Jorge Simão

De 29 de Março a 7 de Abril, o mar vai estar ainda mais vivo naquela que é uma das mais conhecidas e visitadas vilas piscatórias do país. O ouriço-do-mar (que nunca é demais repetir que é quem dá nome à localidade) continua a ser o convidado de honra mas não o rei absoluto de um evento que se propõe debater, democraticamente e de uma forma informal, os assuntos mais relevantes do momento relacionados com a atividade marítima.

As Jornadas Técnicas são o melhor dos pontos de partida. Realizam-se na manhã de dia 30 de Março, entre as 9h00 e as 13h00, na Casa de Cultura Jaime Lobo e Silva, e levam à vila especialistas que vão dialogar sobre dois temas fundamentais: a Literacia dos Oceanos e, num segundo painel, a Literacia Alimentar. Dois assuntos 100% atuais, discutidos de uma forma aberta, por quem sabe, e abertos à participação de todos.

Mas como não se pode ir à Ericeira e não provar bom peixe e marisco, há vários momentos de Show Cooking, no mercado da Ericeira, a cargo de alguns dos mais conceituados cozinheiros – Pedro Marques (Valle Flôr Pestana Palace), Luís Castelo (Oficina 8), Miguel Bértolo (Chirashi Sushi), Marcos Silva (Pousada de Lisboa), Flávio Silva (Buke), Nuno Bandeira de Lima (Infame), Leandro Siscometo de Mesquita (Comida Livre), entre outros – que vão revelar formas tradicionais e inovadoras de trabalhar, cozinhar e comer os tesouros apanhados a apenas alguns metros de distância. Estarão também presentes, alunos, cozinheiros e responsáveis de mestrados e pós-graduações ligados à cozinha, ciências gastronómicas e inovação em artes culinárias.

A acompanhar toda esta festa com sabor a mar, 27 restaurantes locais, participam (re)interpretando, cada qual à sua maneira, os ouriços-do-mar e outras iguarias naturais da Ericeira.

Motivos mais que suficientes para ir ao reencontro da autenticidade de uma vila que se atualiza na mesma medida em que se mantém fiel a si mesma.