A fileira do vinho de Portugal irá em 2018 investir 13 milhões de euros na promoção internacional, cabendo à ViniPortugal cerca de 6,5 milhões de euros, dos quais 24% deste valor nos Estados Unidos, principal destino das exportações dos vinhos portugueses.

Canadá, China – aqui com um foco particular em Macau -, Rússia, Suíça e Polónia são outros dos 14 mercados prioritários em foco na estratégia promocional, que tem a marca “Wines of Portugal” como chancela.

A realização pela primeira vez de uma prova “Wines of Portugal” na Rússia é uma das novidades da estratégia promocional para o próximo ano. A ViniPortugal vai dinamizar 21 provas de vinhos, havendo um alargamento a novas cidades da Polónia e da Suíça bem como a Macau comparativamente ao plano desenvolvido em 2017.

Para Jorge Monteiro, presidente da ViniPortugal, “o reforço da aposta promocional nos Estados Unidos visa consolidar a nossa presença no mercado líder para os vinhos portugueses e a montra de referência internacional do sector”.

“Somos já reconhecidos com respeito como um actor importante do comércio tradicional, com uma qualidade sustentável e consistente, posicionado em 9.º lugar no ranking mundial, atrás da Nova Zelândia e estando à frente de países como África do Sul e Argentina. O sucesso do nosso posicionamento passa por dar valor aos vinhos portugueses. Esse caminho passa por apostar mais em vinhos certificados, pela aposta no enoturismo como local de promoção das marcas e do próprio território e, acima de tudo, pela adopção de uma atitude mais profissional, com melhor comunicação, profissionalismo na negociação e um acompanhamento atento e cuidado do trade”, conclui Jorge Monteiro.

O Plano Sectorial de Marketing e Promoção para 2018, dado a conhecer no Fórum Anual dos Vinhos Portugueses, que decorreu no dia 29 de Novembro na Curia, inclui diferentes iniciativas, desde eventos B2B assentes em visitas de comitivas de importadores dos Estados Unidos, Rússia e Canadá a Portugal, provas de vinho adaptadas a cada mercado, realização de feiras e festivais para consumidores no Brasil, Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido e Suécia, acções de formação e educação para profissionais do sector da hotelaria e restauração, comunicação digital, publicidade e patrocínios, bem como iniciativas de relações públicas dirigidas a decisores e influenciadores.

Os Estados Unidos constituem um dos principais mercados importadores de vinhos portugueses, registando um crescimento composto anual de 9,2% em volume das importações de vinho português no período entre 2011 e 2016. O top-10 dos principais mercados de destino dos vinhos portugueses inclui países como França, Reino Unido, Alemanha, Canadá, Bélgica, Países Baixos, Angola e Suíça. Estes mercados representam 63,5% das exportações totais em volume e 73% em valor.

 

Analisando os dados disponibilizados pelo Instituto da Vinha e do Vinho (IVV) durante o Fórum Anual dos Vinhos de Portugal 2017, destaca-se a recuperação em 2017 do desempenho dos mercados de Angola e do Brasil face ao ano transacto. Angola registou em 2017 um crescimento de 102,2% em volume e de 99,4 em valor, enquanto o Brasil cresceu 55,2% em volume e 60,2% em valor no mesmo período.

Destaque ainda para o desempenho do Canadá, que se tem vindo a consolidar como um destino em afirmação para os vinhos portugueses, atingindo no período em análise um crescimento de 6,6% em volume e de 10,7% em valor. Uma nota final para a procura dos vinhos portugueses por parte da China, em linha com as alterações das tendências de consumo de vinho neste país asiático. Em 2016 a China representou 2,6% em volume e 2,5% em valor das exportações nacionais. Tanto o Canadá como a China apresentam perspetivas de crescimento animadoras para os vinhos portugueses em volume, valor, preço médio e consumo per capita.

Para Jorge Monteiro, presidente da ViniPortugal, os dados apresentados no Fórum são bastante animadores para os vinhos portugueses. “Depois da ligeira quebra registada em 2016, as exportações de vinho de mesa estão novamente a crescer, superando os valores alcançados em 2016. A consolidação dos Estados Unidos como principal mercado de destino dos vinhos portugueses, o crescimento sustentado no Canadá e a recuperação do desempenho de Angola e Brasil, com o regresso em força dos vinhos nacionais, dão-nos motivos para fazermos um balanço positivo deste ano. Esperamos conseguir fechar 2017 ultrapassando a barreira dos 800 milhões de euros em exportações”.

No que se refere à evolução das exportações por categoria, merece destaque o desempenho do vinho licoroso Madeira em volume, com um crescimento de 39,3% face a 2016. No que diz respeito a valor, destaca-se a categoria dos espumantes, com um crescimento de 30,7%, acompanhado por um significativo aumento do preço médio. As categorias de vinhos DOP (Denominação de Origem Protegida) e IGP (Indicação Geográfica Protegida) representam em conjunto cerca de 40% do vinho nacional exportado e cerca de 42% em valor.

Durante o Fórum Anual dos Vinhos de Portugal foi apresentada também uma caracterização do comportamento de consumo de vinho em Portugal. Segundo os dados apresentados pelo IVV, recolhidos até Setembro de 2017, no que concerne a vinhos tranquilos, a preferência do consumidor nacional recai sobre o vinho tinto, quer em volume (cerca de 1 milhão de hectolitros), quer em valor (vendas na ordem dos 305 milhões de euros). No que diz respeito ao formato de acondicionamento, a preferência recai sobre a garrafa. Até Setembro deste ano foram vendidos e/ou consumidos em Portugal Continental cerca de 831 mil hectolitros em garrafa, a que correspondeu cerca de 351 milhões de euros. O preço médio da venda do vinho em garrafa situa-se, até Setembro de 2017, em cerca de quatro euros por litro.

No que diz respeito a regiões vitivinícolas e focando em vinhos certificados, os vinhos do Alentejo ocuparam a liderança de vendas ao longo dos três trimestres de 2017 em termos de volume (cerca de 301 mil hectolitros) e de valor (cerca de 133 milhões de euros). A região dos Vinhos Verdes ocupa a 2.ª posição, com cerca de 142 mil hectolitros vendidos e cerca de 59 milhões de euros em valor.