Com a enologia de Bernardo Cabral, a Cooperativa Vitivinícola do Pico – Picowines lançou o seu novo vinho Gruta das Torres Arinto dos Açores 2018, que estagiou no interior da terra, a 17 metros de profundidade

Com uma edição limitada de 1183 garrafas, este é o primeiro vinho que amadureceu durante 15 meses no fundo da Gruta das Torres, o maior tubo lávico conhecido em Portugal, sendo classificado como Monumento Natural do Parque Natural do Pico.

Num cenário mágico que reflete a singularidade da Ilha do Pico, o vinho Gruta das Torres surge de uvas criteriosamente selecionadas de vinhas centenárias, exclusivamente da casta Arinto dos Açores, localizadas na freguesia da Criação Velha, em plena zona de Património da Humanidade pela Unesco, a cerca de 420 metros do mar. Após o processo de desengace, permaneceu dois dias em maceração a frio e fermentou com leveduras indígenas num balseiro de carvalho francês de 5.000 litros. Estagiou sobre borras finas durante 7 meses e foi engarrafado em maio de 2019, seguindo-se o desafio de envelhecimento em garrafa na Gruta das Torres – tubo lávico com 1.500 anos – durante 15 meses a 17 metros de profundidade, a uma temperatura constante de 15ºC, com uma humidade de 90% e numa total escuridão.

“O Vinho Gruta das Torres 2018 é o resultado da simbiose perfeita dos elementos e nutrientes da natureza. Num ano seco e com menos irreverência do clima, apercebemo-nos que podíamos criar um vinho diferenciador e realmente irreverente, que celebrasse a essência do Pico”, refere Bernardo Cabral, enólogo consultor da Picowines.

“E a aventura começou…Selecionámos uma parte de uvas da vindima das vinhas velhas na Criação Velha, e colocámos o vinho, literalmente, por baixo de onde tinha sido produzido – na Gruta das Torres-, em condições perfeitas, durante 15 meses, como se estivesse no ventre da mãe. A Gruta acolheu este vinho como uma mãe gera e protege um filho, sendo o local ideal para o seu crescimento”, reforça Bernardo Cabral.

“Este vinho é a prova viva da determinação, resiliência e vontade da Picowines, em parceria com a Azorina – Sociedade de Gestão Ambiental e Conservação da Natureza, S.A e dos Parques Naturais dos Açores, construir projetos inovadores e duradouros, numa homenagem ao que a riqueza natural da ilha do Pico e as suas gentes oferecem”, afirma Pedro Cavaleiro, Diretor Geral da Picowines.

Para Manuel Paulino Costa, Diretor do Parque Natural do Pico, “A parceria estabelecida com a Cooperativa Vitivinícola da Ilha do Pico-Picowines para estágio de um dos seus vinhos no interior desta cavidade vulcânica, insere-se no programa “Parceiro para o Desenvolvimento Sustentável” e na estratégia dos Parques Naturais dos Açores em promover o conhecimento e divulgar o valor dos Parques Naturais apostando no envolvimento com os cidadãos e organizações públicas ou privadas”.

De cor amarelo-esverdeado, o Gruta das Torres é um vinho que leva a uma viagem de sensações vulcânicas únicas. A envolver as frutas frescas de toranja, araçá e lima aparecem algumas notas de pólvora e enxofre, algas e maresia. Apresenta um perfil muito mineral, reflexo da alimentação de minerais que brilham na gruta pelas raízes das videiras.

De boca equilibrada, revela-se em vários estratos, começando pela dominante frescura, seguindo-se uma prova muito cheia e envolvente, para terminar num final inesperadamente longo e com uma salinidade vigorosa. Fruto da riqueza natural do vulcão, Gruta das Torres é um vinho de grande complexidade numa relação magnética e romântica de um terroir ímpar, perfeito para acompanhar mariscos, sushi, pratos de peixe fresco ou cozidos e queijos de pasta mole com sabor mais intenso.

O vinho Gruta das Torres 2018, com um PVP recomendado entre 35€ e 40€, pode ser encontrado nas principais garrafeiras do país.