Ao servir uma empanada de bacalhau que tinha acabado de fazer, e lembrando-me das características particulares deste vinho rosé, esta pareceu-me a opção ideal para a harmonização

A generalidade dos vinhos do Soalheiro (felizmente à semelhança de mais alguns outros de diferentes produtores) integram-se na minha zona de conforto, particularmente devido à ausência de sulfitos em excesso que me provocam enormes dores de cabeça.

Ao primeiro trago, surgiu-me a recordação do momento de fim de tarde em que o tinha bebido como aperitivo, assim como a primeira ideia de que poderia ser um néctar a harmonizar com determinados pratos já com algum sabor.

Para quem não conhece o produtor, este rosé transmite surpresa, consistência e prazer. Para quem o conhece, fica com esta certeza inabalável de evolução e conhecimento de quem o produz.

Embora valorize e aprecie os vinhos de castas autóctones, não sou fundamentalista ao ponto de rejeitar vinhos com origem em castas de outras paragens. Antes pelo contrário, desperta-me a curiosidade. Costumo dizer que quanto mais conhecermos os vinhos e castas de outras origens, melhor poderemos apreciar os vinhos nacionais.

Alvarinho e Pinot Noir – recordo que foi na primeira abordagem uma combinação que me soou bem, particularmente deste produtor.

Suportado no terroir do Alvarinho de Melgaço que permite a produção de excelentes Alvarinhos monovarietais únicos no mundo, a Soalheiro entra no mundo dos vinhos rosados com o lançamento deste Soalheiro Mineral Rosé, suportado numa cativante e sensual garrafa.

A elegância da casta Alvarinho e persistência da Pinot Noir revelam-se fundamentais em associação ao know-how deste produtor, que consegue um equilíbrio essencial para que este rosé saia fora dos estereótipos de rosés, que felizmente têm cada vez mais tendência para evoluírem.

Não estendendo mais este artigo, fica aqui o objetivo de despertar a curiosidade de quem gosta de descobrir novos vinhos, aromas e sabores, tirando depois as suas próprias conclusões.

Texto de Mário Rodrigues
Edição Rita Lisboa