O novo Syrah da Discórdia reafirma o espírito descontraído e irreverente do projeto de vinhos da Herdade Vale d´Évora e estreia uma nova gama da casa, com vinhos monovarietais diferentes todos os anos

Equipa Discórdia – ESQ.-Sentada -Irene Gomes-Maria Fátima Martins- Vitor Pereira. Esq. de pé – Paulo Alho – Miguel Alho- e Filipe Sevinate Pinto ©Ricardo Palma Veiga

Sempre presente o ADN do Baixo Alentejo, quente e seco, também os novos blends Reserva Discórdia revelam uma história de vinha com muita personalidade.

Os vinhos Discórdia são também uma história de vinha. Têm o ADN do Baixo Alentejo, quente e seco, mas igualmente a especificidade da vinha de onde se colhem as uvas de que são feitos, na Herdade Vale d’Évora. O novo Syrah da Discórdia é disso exemplo. A casta internacional, bem-comportada e estável, está plantada em dois hectares da vinha e mostrou-se, em 2017, muito equilibrada, revelando ser um bom momento para alargar o portefólio dos vinhos Discórdia.

É uma gama de monovarietais que se inicia e que pretende ser diferente todos os anos, dependendo do comportamento das diferentes castas no ano agrícola em causa.

“Acreditamos e gostamos muito dos blends de Mértola, mas também gostamos da surpresa que as castas em extreme podem criar e por isso decidimos escolher, em cada ano, a varietal mais prometedora para integrar a gama”, explica o enólogo da Herdade Vale d’Évora, Filipe Sevinate Pinto. 

Ao Syrah que inaugura a gama sem regras e mais irreverente do projeto, junta-se o primeiro Discórdia Reserva branco 2018, um ano “espetacular” para os brancos da herdade, dispara Filipe Sevinate, e dos “melhores de sempre em Mértola”. Branco de lote com predominância da casta Arinto, este é um vinho “muito completo, fresco, cheio e estruturado” e que “tem mais coisas a acontecer para além da fruta direta”, especifica o enólogo. “Não podíamos ter melhor ano para o lançamento do Reserva branco da marca”, conclui.

A maturidade da vinha, plantada em 2009, começa a revelar-se igualmente noutro vinho de continuidade do portefólio, o Reserva tinto Discórdia, um lote que integras as castas Touriga Nacional, Alicante Bouschet, Touriga Franca e Syrah.

Colheita equilibrada e com grau alcoólico (14,5%vol) um pouco abaixo da edição anterior, o Reserva tinto 2017 mantém, no entanto, a nota de secura, muito característica do terroir de Mértola.

Os vinhos Discórdia são produzidos na Herdade Vale d’ Évora, situada a poucos quilómetros de Mértola, no Baixo Alentejo. A propriedade está integrada no Parque Natural do Vale do Guadiana, beneficiando de uma paisagem de grande beleza, marcada por terrenos de ondulação generosa, uma vegetação autóctone e o rio Guadiana que a serpenteia.

Plantada em 10 hectares da herdade, a vinha do Discórdia tem talhões de quatro castas tintas (Touriga Franca, Touriga Nacional, Alicante Bouschet e Syrah) e de três brancas (Arinto, Verdelho e Antão Vaz). É uma vinha aberta sobre a paisagem e couto de caça turística, de perdizes autóctones a javalis, rodeada de vegetação autóctone, alguns campos de cereais e significativas zonas de reflorestação com azinheiras e medronheiros, numa área total de 550 hectares.

A Herdade Vale d’Évora é um dos últimos redutos de caça selvagem do Alentejo e do país e é também um outro Alentejo dos vinhos, que assume toda a condição do terroir – vinha plantada numa das regiões mais quentes do país, terra árida e agreste, de solos xistosos, com proximidade ao rio Guadiana, que vive no limite e numa luta pela sobrevivência, resultando dessa condição fruta deliciosa e bastante concentrada. “Não queremos mascarar esta condição, porque é o que diferencia e define o nosso selo de origem”, sublinha Filipe Sevinate Pinto.

Propriedade de duas famílias amigas seduzidas pelas terras de Mértola, a de Paulo Alho e a de Vítor Pereira, o projeto dos vinhos Discórdia começou em 2009, quando a família de Paulo Alho, empresário na área da construção civil natural de Sesimbra, decidiu plantar vinha no Baixo Alentejo, na Herdade Vale d’Évora, a qual havia adquirido em 2007.  Volvidos alguns anos, em 2016, juntou-se à equipa o novo sócio, Vítor Pereira, natural de Vila Nova de Famalicão, engenheiro civil de formação e também apreciador de vinhos e caçador frequente em terras de Mértola.

Discórdia Reserva branco 2018

Produzido a partir da seleção de uvas colhidas na Herdade Vale d´Évora. Vinho de lote com predominância da casta Arinto (cerca de 65%) e presença das castas Verdelho e Antão Vaz. Final da fermentação e estágio de oito meses em barrica e com agitação de borras finas. Vai evoluir muito bem em garrafa. Produzidas 1500 garrafas.

PVP: 17 euros

Discórdia Reserva tinto 2017

De uvas da Herdade Vale d’Evora, vindimadas manualmente e com seleção de cachos, desengace total e fermentação a temperaturas controladas. Passou por estágio de 18 meses em barricas de carvalho francês de 300 litros. Vinho muito floral, com intensidade e gordura e uma secura muito característica que lhe acentua o carácter de vinho de Mértola. Na boca é estruturado e fresco, a antever evolução favorável nos próximos anos. Produzidas 3500 garrafas.

PVP: 17 euros

Syrah da Discórdia 2017

Produzido com uvas da casta Syrah colhidas na vinha da Herdade Vale d’Évora em 2017, este é um vinho em que se sente a espinha dorsal do terroir de Mértola. Vinho cheio, quente, perfil clássico, e ainda com frescura, advinda do lado varietal da uva.  Com estágio em barricas grandes para preservar a fruta, o Syrah da Discórdia 2017 tem atualmente nove meses de garrafa, apresentando-se numa fase ótima para consumo. Produzidas 1000 garrafas.

PVP: 13,5 euros