O dinâmico produtor Lima Smith (recente, mas com quintas históricas), que produz vinhos consistentes e inovadores para memória futura, apresentou uma vez mais os seus vinhos, agora de 2015, no The Yeatman Hotel – unidade de luxo de 5 estrelas de que o produtor é parceiro

A qualidade é transversal a toda a atividade do Lima Smith. A singularidade dos seus vinhos, as suas apresentações e grande profissionalismo dos seus responsáveis levou a mais uma apresentação: os vinhos de 2015 da Quinta da Boavista, uma das emblemáticas quintas do Douro.

Nos Quinta da Boavista verificamos uma capacidade continuada para manter os vinhos em estágio nas garrafas antes de irem para o mercado. Agora apresentados os vinhos de 2015, o resultado é cada vez mais cativante e demonstrando cada vez mais maturidade.

Em primeiro lugar temos o Boa-Vista Reserva 2015, que provém dos 10 hectares de vinhas velhas com uma idade média superior a 80 anos. Este é um vinho jovem que demonstra complexidade acima do normal, comprovando a afirmação anterior, sendo notório o equilíbrio do estágio em barricas de madeira. Os frutos vermelhos são evidentes neste vinho muito elegante e cativante, com excelente final de boca e potencial de envelhecimento. Um poderoso vinho, guloso, intenso e cheio de personalidade, à semelhança da colheita de 2014.

O vinho Quinta Boavista Vinha do Oratório 2015 é um vinho composto por mais de 25 castas e com mais de 80 anos. Vivo, complexo e com fruta vermelha, é também nele evidente e muito bem integrada a madeira, através do estágio em barricas de carvalho Francês. Na boca é aveludado e marcante, demonstrando bem o potencial do terroir desta fantástica região do Douro.

O Quinta Boavista Vinha do Ujo 2015 é um vinho com corpo e cheio de personalidade, composto também por cerca de 25 castas tradicionais do Douro. A frescura aromática é bastante intensa, com notas florais e minerais. À semelhança dos anteriores, a madeira aparece muito bem integrada. Excelente final de boca e potencial de envelhecimento.

Boa-Vista Donzelinho 2015 é proveniente de 40 hectares de vinha, sendo 10 de vinhas velhas. É composto por uma casta (donzelinho) muito antiga presente em várias vinhas velhas da região demarcada do Douro – Variedade Portuguesa referenciada desde 1531. Ligeiramente floral e com alguns toques de exotismo, é um vinho muito elegante e fresco.

Esta apresentação foi feita ao almoço no restaurante do The Yeatman, com a cozinha do estrelado chef Ricardo Costa e a presença do enólogo Rui Cunha (responsável pelos néctares apresentados). Esteve também presente o jornalista Tony Smith, que com o empresário brasileiro Marcelo Lima, são detentores da empresa Lima Smith, que integra as Quintas da Boavista, Covela e Tecedeiras.

A Quinta Boavista (ex-libris da região e adquirida em 2013) foi desde sempre associada ao nome do Barão de Forrester. Já constava nos célebres mapas de Joseph James Forrester, “Mappa do Paiz Vinhateiro do Alto Douro” de 1843, e “Douro Portuguez e Paiz Adjacente” de 1848. Tem cerca de 80 hectares, dos quais 40 são de vinhas, sendo algumas quase centenárias. Aqui são produzidos vinhos de grande qualidade sob as marcas Quinta Boavista e Boa-Vista, onde predominam as castas touriga nacional, touriga franca, tinta roriz, tinta barroca e tinto cão. Todos os vinhos da Quinta da Boavista estagiaram em barricas novas de carvalho francês de diferentes tanoarias e com diferentes níveis de tosta.

Texto Mário Rodrigues
Edição Rita Lisboa