Foi lançado o vinho Ilha, uma trilogia de vinhos criada a partir de uma única casta, a Tinta Negra, sendo a autora desta criação a jovem enóloga Diana Silva, a mais jovem produtora da Madeira.

21/06/18 – Funchal (POR) – Vinhos Ilha © Ricardo Pinto

Diana dedicou grande parte da sua vida ao sector vitivinícola, tendo inicialmente trabalhado na área do Turismo. Com formação em enologia, esteve envolvida em projetos de norte a sul do país, até perceber que o queria mesmo era fazer o seu próprio. A maioria das pessoas achou-a louca quando soube que ela, originária da Madeira, escolhera uma casta desdenhada por todos – a Tinta Negra – para criar o seu vinho. E assim nasceu o Ilha, um vinho DOP da Madeira, que não é vinho Madeira, das mãos da mais jovem produtora da Madeira.

Com esta casta “amaldiçoada”, Diana conseguiu vários feitos inéditos. O de criar uma trilogia a partir de uma única casta: um branco – “o primeiro Blanc de Noirs” da Madeira” -, um tinto, elegante e surpreendente, com 12%, e um rosé rubro e absolutamente diferente, feito “a partir da cor natural que a Tinta Negra dá”. O resultado, explica Diana, são vinhos muito salinos, altamente gastronómicos, que não pretendem ser consensuais, mas que são únicos.

Se tivesse de definir o seu “Ilha”, Diana Silva diria que “é um vinho de paixão”. “Muito criterioso, um vinho de nicho, que não se preocupa com as regras do mercado. É o projeto da minha vida”, resume, sem esconder o quanto de si colocou neste “Ilha” enquanto investimento pessoal. O mote que se pode ler na rolha, “Amor à terra e crença no ‘terroir’”, diz quase tudo.   

Autodidata, feita a pulso, Diana investiu tudo nas parcerias que desenvolveu com os viticultores locais, especialmente em São Vicente, na Madeira. Esta pequena produção – cerca de 3500 garrafas de tinto e de branco e 3900 garrafas de rosé – resulta em vinhos elegantes, de baixo teor alcoólico (11,5%, 12%), muito diferentes. Poderão encontrar-se em algumas garrafeiras, tais como a Garrafeira Nacional e a Garrafeira Imperial, no Clube Gourmet do El Corte Inglés e em alguns restaurantes de topo como o 100 Maneiras e o Belcanto. Mais do que comprá-los, vai querer degustá-los – uma e outra vez… E assim redescobrir a Madeira, através do Ilha.