São 28 as empresas do setor marítimo turístico (cruzeiros e hotéis) que agora se unem para constituir a Associação das Atividades Marítimo Turísticas do Douro (AAMTD).

Criada formalmente a 7 de março, a nova entidade tem como objetivo principal “discutir soluções com o governo modo a que sejam zelados, de forma eficaz, os interesses das empresas e dos turistas, até porque se ao fim de 25 anos a Associação surge é por ser notória a inércia total na resolução dos problemas do setor”, adianta Telmo Leite, vice-presidente da AAMTD. No dia em que abriu 50 por cento da navegação do Douro, com sete dias de atraso, a nova entidade entende ser o momento certo para atuar.

Manutenção da via navegável (as boias de sinalização), marcação e gestão das eclusagens das barragens, garantia das comunicações de segurança na navegação, e cedência da informação em tempo real de caudais e barragens são os principais itens que a nova associação pretende ver cumpridos por parte da entidade que os tutela, a Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL). 

“O permanente e sucessivo atraso na reposição, controlo e balizagem ao longo do rio Douro, fortemente acentuado com a passagem da gestão do Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos do Norte (IPTM), na Régua, para APDL, em Matosinhos, começa a assumir proporções absurdas e que podem até criar situações delicadas no dia a dia”, diz Humberto Tenazinha, também vice-presidente da AAMTD, acrescentando que a “APDL está vocacionada para portos de mar, de mercadorias, não faz sentido nenhum que esteja responsável por atividades navegáveis de rios de interior”. 

A AAMTD reúne 28 empresas do setor que no seu todo empregam milhares de trabalhadores e gerem centenas de embarcações. Tem nos objetivos estatutários defender os legítimos direitos e interesses dos associados e assegurar a sua representação junto de quaisquer entidades, públicas ou privadas.

Mário Ferreira, eleito presidente da associação, adianta estar “muito apreensivo pelo facto de existir uma falta de diálogo muito grande com a APDL”. “Quando lá nos chamam é para preencher calendário tudo o que sugerimos é ignorado, pode ser que agora com a tomada de posse do novo administrador para área do Douro possam melhorar as coisas”, remata.