O dinâmico produtor Lima Smith, recente mas com quintas históricas, produz vinhos consistentes e inovadores para memória futura. Apresentou os vinhos de 2014 no The Yeatman Hotel

Independentemente das caraterísticas específicas de cada um, nos 5 vinhos apresentados destaca-se o equilíbrio e a elegância de nectares sabiamente trabalhados por grandes profissionais, num trabalho com know-how diversificado, complementar e bem integrado do enólogo Rui Cunha e do conhecido especialista e produtor francês Jean-Claude Berrouet.  Este produtor gaulês tem vindo a intervir em momentos oportunos na produção dos vinhos da Quinta Boavista, particularmente no que diz respeito à incorporação da madeira e respetivos estágios, com magníficos resultados.

Com capacidade para manter os vinhos em estágio nas garrafas antes de irem para o mercado, só agora foram apresentados os de 2014, sendo o resultado muito interessante. Em primeiro lugar, temos um vinho que continua marcante e invulgar – o Boa-Vista touriga nacional – um excelente vinho que evidencia bem esta poderosa casta; o Boa-Vista tinto cão é também um vinho invulgar desta especial casta, cheio de personalidade, sendo difícil de esquecer no nariz e na boca; o Quinta Boavista Vinhas Velhas Vinha do Oratório e o Quinta Boavista Vinhas Velhas Vinha do Ujo são também dois vinhos com corpo e cheios de personalidade; para finalizar temos um elegante e encorpado Boa-Vista Reserva, composto por vinhas velhas e novas, tornando-o num poderoso vinho, guloso, intenso, cheio de personalidade, muito cativante e excelente final de boca.

Esta apresentação foi feita ao almoço no restaurante do The Yeatman, com a cozinha do estrelado chef Ricardo Costa.

A Quinta Boavista, ex-libris da região e adquirida em 2013, foi desde sempre associada ao nome do Barão de Forrester. Já constava nos célebres mapas de Joseph James Forrester, “Mappa do Paiz Vinhateiro do Alto Douro”, de 1843, e “Douro Portuguez e Paiz Adjacente”, de 1848. Tem cerca de 80 hectares dos quais 40 são de vinha, sendo algumas quase centenárias. Aqui são produzidos vinhos de grande qualidade sob as marcas Quinta Boavista e Boa-Vista, onde predominam as castas touriga nacional, touriga franca, tinta roriz, tinta barroca e tinto cão. Todos os vinhos da Quinta da Boavista estagiaram em barricas novas de carvalho francês de diferentes tanoarias e com diferentes níveis de tosta.

Texto Mário Rodrigues
edição Rita Lisboa