De Mértola, lugar de temperaturas extremas e influência do rio Guadiana, surge o Grande Discórdia da Herdade Vale d´Évora, um vinho pujante, único e indomável que promete ser uma referência do Alentejo.

O Grande Discórdia da Herdade Vale d’Évora tem tudo para ser uma referência na história dos vinhos do Alentejo. O argumento final do enólogo desta proposta vínica de Mértola, Diogo Lopes, compreende-se. O lugar é de exceção, solos de xisto e temperaturas elevadas como em poucos concelhos no país, levando facilmente a vinha ao limite que acrescenta e faz a diferença em termos de concentração do vinho. Depois há o rio Guadiana e o seu contributo para uma boa acidez.

A dualidade entre estrutura e frescura é a nota dominante dos vinhos da marca, mas não basta para uma edição Grande Discórdia. Este é um vinho que nasce apenas quando a natureza reúne condições extraordinárias, quando o exigente padrão que a equipa definiu se cumpre, quando se sabe, sem qualquer dúvida, que a colheita sai fora da caixa. Foi o que aconteceu em 2013.

“Tivemos uma vindima bastante boa, com maturação muito equilibrada, mas que apertou na fase final, sem fazer danos. Tudo indicava que ia ser um excelente ano. Quer a Touriga Franca, quer a casta Alicante Bouschet, vindimadas sempre em separado, estavam muito acima do que é normal, apresentavam-se com cachos mais vigorosos e concentrados”, recorda Diogo Lopes. O trabalho de enologia que se seguiu permitiu maximizar a extração e ir buscar todo o potencial da vindima daquelas duas castas, entretanto misturadas, conta ainda o enólogo: “A Touriga Franca dava estrutura, muito peso, e a Alicante Boushet cor e tanino muito marcado pela casta. As duas equilibravam muitíssimo bem”.

O Grande Discórdia passou depois por barricas novas de carvalho francês de 300 litros durante 24 meses, seguindo-se outros dois anos de estágio em garrafa. “Embora com um teor alcoólico superior a 15 graus, este é um vinho com uma excelente acidez, com carácter, força e pujança, no melhor de Mértola”, conclui Diogo Lopes que se despede em grande da enologia dos vinhos Discórdia. Envolvido em outros projetos na região de Lisboa, onde reside, Diogo Lopes deixou de conseguir conciliar as longas viagens ao Alentejo com as restantes funções que exerce, pelo que os próximos vinhos Discórdia já serão da responsabilidade do enólogo Filipe Sevinate Pinto.

A edição do Grande Discórdia 2013 é limitada a 700 garrafas numeradas e tem o PVP de 54 euros.