Uma iniciativa verdadeiramente surpreendente pela elevadíssima qualidade a todos os níveis: dos chef’s, o convidado e  anfitreão, do produtor de vinhos e do magnífico e único espaço histórico envolvente, o salão nobre do Vidago Palace Hotel

A chegada à entrada da propriedade com o imponente Vidago Palace Hotel ao fundo é inesquecível. Sempre que o faço é como se fosse a primeira vez. Esta quarta-feira tinha mais um entusiasmante motivo, pois teríamos um jantar muito especial, o Passion Cousine II, organizado pelo chef Vitor Matos.

Vários motivos adicionais existiam para uma enorme expetativa, pois os principais intervenientes são dos grandes profissionais que existem em Portugal. O chef Vitor Matos e o produtor de vinhos bairradino Luís Pato já conhecia há uns anos, mas ainda não conhecia de perto o trabalho do chef Rui Silvestre (mais jovem e também estrela Michelin). O que se seguiu foi uma experiência verdadeiramente memorável.

Um trabalho que se revelou bem preparado, começou no terraço virado para os jardins, com dois espumantes na receção escolhidos por Luís Pato – o Vinho Formal 2009 e o Informal 2013 Baga Rosado.

O chef Rui Silvestre deu início ao repasto com o “Lavagante azul, gema de ovo e caviar imperial” harmonizado com “Luís Pato Vinha Formal branco 2014”, seguindo-se o “Peixe-galo escalfado, alcachofras e búzios”, agora na companhia do “Luís Pato Vinhas Velhas branco 2014”.

O anfitreão chef Vitor Matos apresentou uma “Vieira corada com raviolis de carabineiro, manteiga de morrillas e cebolinho, cogumelos divinos, emulsão de espumante e estragão” com o “Espumante Informal 2013 Baga Rosado. O seu segundo prato foi o “Mero de lulas dos Açores com caldo de cebola assada, terrina de rabo de boi com espuma de batata, espargos brancos e courgettes”, agora com o “Espumante Vinho Formal 2009”.

Rui Silvestre aparece novamente, agora com o prato de carne, “Presa de porco preto quase à alentejana”, sendo o vinho tinto “Luís Pato Vinhas Velhas 2008” a sugestão para acompanhar.

Vitor Matos encerra esta inesquecível experiência gastronómica com a sobremesa de “Chocolate 70% com framboesa e molho de cerejas balsâmicas, sorvete de manjericão, pistachos e mascarpone”, harmonizado com uma boa sugestão de um “Abafado molecular tinto 2010”.

Vários aspetos transpareceram nestes momentos gastronómicos de profundo despertar dos sentidos, entre eles, os pratos com técnicas de confeção de produtos altamente profissionais e delicados, bem harmonizados com vinhos de qualidade, elegância e intensidade.

Tive o prazer de ter estado presente num dos melhores jantares das largas centenas em que tenho participado – de rara beleza, sentido apurado do sabor e respeito pelas texturas, preparado por dois magníficos chefs de cozinha e um dos melhores e mais experientes produtores portugueses.

Uma iniciativa que vai na segunda edição, tendo a primeira sido realizada com  vinhos de C. Da Silva e a Quinta do Ventozelo e o chef convidado Michel Van Der Kroft. Este é o chef executivo do restaurante holandês ‘t Nonnetje desde 2006, com duas estrelas Michelin.

Este espaço e o nosso país merecem a continuidade de experiências gastronómicas únicas como estas, de nível internacional, servidas no Salão Nobre de uma unidade hoteleira portuguesa das mais históricas e emblemáticas.

O chef Vitor Matos e a Unicer estão de parabéns por esta invulgar e acertada aposta, que espero tenha continuidade.

texto Mário Rodrigues
edição Rita Lisboa