No serviço de vinhos, os chamados restaurantes médios, têm ainda muito que aprender para poderem evoluir.

enologo Jorge Santos 450

Jorge Joaquim Lourinho Santos, enólogo, natural de Vila Viçosa, despertou para o mundo do vinho ainda estudante, tendo acompanhado uma vindima na Adega Cooperativa de Borba, com a responsabilidade do controlo da fermentação. O cheiro do mosto já vinha do tempo dos seus avós, que faziam vinho em talhas.

Qual o seu percurso profissional?
Após o estágio na extinta junta nacional do vinho (Lisboa) em 1975/76, fui responsável pelo laboratório do João Pires na vindima de 1979, 1981 a 2000, enólogo na Adega Cooperativa do Redondo. Estive como enólogo durante algum tempo em outras empresas, como a Roquevale, Adega Cooperativa de Portalegre, Madrevinhos no Cartaxo, Quinta do Manjapão no oeste, etc. Fui formador em vários cursos na área da enologia. Desde 2000 enólogo na Marcolino Sebo.

Quais foram os seus maiores desafios?
O principal foi, sem dúvida, quando comecei a carreira profissional ter que fazer bons vinhos sem a tecnologia que hoje existe: como sistema de refrigeração, LSA etc, e ainda aceitar e desenvolver um projeto vinícola, numa região semi-àrida do Brasil, para fazer vinho.

O que acha mais relevante na evolução do Mercado dos vinhos?
Sem dúvida que a qualidade e apresentação do produto.

O que pensa do serviço de vinhos nos restaurantes?
Existe bom serviço, nos restaurantes de topo. Os chamados médios têm ainda muito que aprender para poderem evoluir.

Qual a sua opinião sobre o serviço de vinho a copo?
Desde que o vinho seja bom e bem conservado não vejo inconveniente.

Qual foi o melhor vinho que teve oportunidade de provar?
Para mim não existe o melhor vinho mas sim bons vinhos, e esses há em todo o Mundo e já provei alguns tanto feito por mim como por outros colegas.

Qual a experiência em restaurante que melhor a impressionou?
Fico sempre bem impressionado quando me sabem apresentar e dar a provar (em copos próprios claro) o vinho que escolho para acompanhar a refeição. No entanto e não raras vezes  fico chocado quando me trazem para a mesa a garrafa já aberta.

O que acha da penetração dos vinhos Portugueses no Mercado mundial?
Acho que não tem sido fácil mas a pouco e pouco temos vindo a conseguir, pois temos qualidade e preços para concorrer com os ditos melhores do mundo e isso já foi provado por diversas vezes.

por Mário Rodrigues