À mesa de cada Natal, conta a lenda que simboliza as ofertas dos reis ao menino Jesus quando nasceu

Foto de Ricardo Polónio
Foto de Ricardo Polónio

 

Deve nome e feitio – uma coroa enfeitada de jóias – aos reis magos, ditando a tradição que fica à mesa de cada família até à celebração do seu dia, a 6 de Janeiro. Muito apaladado e bem acompanhado por um chá ou licor, é um bolo carregado de simbologia. Conta a lenda que simboliza as ofertas dos reis ao menino Jesus quando nasceu: a massa seria o ouro, as frutas secas e cristalizadas a mirra e o aroma o incenso. Também a fava tem que dizer, rezam as estórias que quando os três reis avistaram a estrela de Belém disputaram entre si qual seria o primeiro a entregar o seu presente, como não chegaram a acordo, um padeiro confeccionou-lhes um bolo onde colocou uma fava, a quem calhasse a fatia com a respectiva seria o primeiro! Dita porém a História, que os romanos elegiam um rei nos seus banquetes escondendo uma fava, quem a descobrisse era o Rei da Fava… A festa do Dia de Reis cedo começou a ser celebrada na corte francesa, e o bolo-rei terá surgido no tempo de Luís XIV, existindo a partir daí registos sobre o Gâteau des Rois. A sua receita varia do norte para o sul de França, sendo o português semelhante ao do sul do Loire, com massa lêveda. Ao que se sabe, o primeiro local a comercializar bolo-rei em Portugal foi a Confeitaria Nacional (confeitarianacional.com), em Lisboa, por volta do ano de 1870, com uma receita trazida de Paris. A título de curiosidade, a famosa iguaria esteve em vias de extinção com a proclamação da República, tendo existido mesmo quem tivesse proposto apelidá-la de “bolo da República”!

por Rita Amaral Dias